Câmara dos Deputados rejeita anistia ampla ao 8 de Janeiro

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), comunicou ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que uma proposta de anistia ampla, geral e irrestrita aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023 não encontrará respaldo suficiente para avançar no Legislativo. A conversa ocorreu por telefone na manhã de segunda-feira (1º), véspera do início do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF).

Durante o diálogo, Motta enfatizou que o tema é "complexo" e que uma anistia ampla não possui ambiente favorável na Câmara. Aliados do presidente da Casa indicaram que a proposta, que incluiria o perdão a Bolsonaro, enfrenta resistência significativa entre os parlamentares.

Após a conversa com Motta, Tarcísio e o presidente do Republicanos, Marcos Pereira, entraram em contato com o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) para reforçar a articulação em favor da anistia. Segundo fontes, a estratégia visa mobilizar apoio entre os aliados do ex-presidente, apesar da postura cautelosa adotada pela presidência da Câmara.

A negativa de Motta foi recebida com entusiasmo por membros do governo federal. O líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), elogiou a postura do presidente da Casa, interpretando-a como uma demonstração de independência frente ao julgamento de Bolsonaro.
Metrópoles

Embora uma versão mais branda da anistia tenha sido discutida anteriormente, com o objetivo de incluir apenas pessoas que não tenham cometido crimes graves, a proposta ainda não foi formalmente apresentada ao plenário. Motta reiterou que, para que qualquer projeto relacionado ao tema avance, é necessário um consenso no Colégio de Líderes.