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AGU pede investigação sobre uso de informação privilegiada no caso da tarifa de Trump
AGU pede investigação sobre uso de informação privilegiada no caso da tarifa de Trump
Governo suspeita que investidores lucraram milhões com dólar antes do anúncio da taxação de 50% sobre produtos brasileiros
Por: Redação
20/07/2025 às 11:07

Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado
A Advocacia-Geral da União (AGU) anunciou, neste sábado (19), que pedirá a abertura de investigação para apurar possíveis operações financeiras irregulares no Brasil, supostamente relacionadas ao anúncio da tarifa de 50% sobre importações brasileiras, feito pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
A medida foi divulgada pelo ministro da AGU, Jorge Messias, por meio de sua conta na rede social X. Ele afirma que há indícios de que investidores podem ter se antecipado ao anúncio oficial do governo americano, utilizando informações privilegiadas para lucrar com a alta do dólar.
“A atuação de certos agentes no mercado de câmbio antes e depois do anúncio de Trump precisa ser apurada pelas autoridades competentes”, escreveu Messias.
O episódio foi revelado inicialmente por uma reportagem do Jornal Nacional, que apontou uma compra maciça de dólares horas antes da divulgação oficial da tarifa, seguida de vendas em grande escala após a confirmação, gerando lucros expressivos. A movimentação reforça a suspeita de insider trading — prática ilegal que consiste no uso de informações confidenciais para obter vantagens financeiras.
Lucro de até 50% com dólar
Um dos primeiros a chamar atenção para o caso foi Spencer Hakimian, fundador da Tolou Capital Management. Em postagens nas redes sociais, o gestor alertou que às 13h32 (horário de Nova York), investidores realizaram operações agressivas comprando dólares e vendendo reais, três horas antes do anúncio da Casa Branca. Segundo Hakimian, o lucro das operações teria variado entre 25% e 50%.
“Alguém claramente teve acesso antecipado à informação”, escreveu Hakimian. “A notícia da tarifa foi divulgada no Brasil antes dos EUA.”
A solicitação de investigação levanta questionamentos delicados, inclusive sobre o vazamento de informações dentro do próprio governo brasileiro. Integrantes do mercado já apontam a necessidade de verificar se houve conivência ou descuido por parte de autoridades nacionais.
O episódio também coloca em xeque a forma como o governo Lula vem lidando com temas internacionais sensíveis, como a guerra comercial com os EUA. Enquanto a AGU se posiciona de forma reativa, o mercado se movimenta com extrema agilidade — levantando dúvidas sobre o grau de preparação da equipe econômica para lidar com choques externos.
O caso deve ser encaminhado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), ao Banco Central e ao Ministério Público Federal, podendo evoluir para uma apuração criminal se for comprovado o uso indevido de dados não públicos.
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