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Após críticas e pressão, governo Lula transfere líderes do CV para presídios federais
Após críticas e pressão, governo Lula transfere líderes do CV para presídios federais
Decisão é vista como reação tardia à crise no Rio e tentativa de conter desgaste político
Por: Redação
29/10/2025 às 08:59

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
O governo federal decidiu, nesta terça-feira (28), transferir dez integrantes de alto escalão do Comando Vermelho (CV) para presídios federais de segurança máxima. A medida ocorre em meio à crise de segurança no Rio de Janeiro e à crescente pressão política sobre o Planalto, acusado de omissão e demora em agir diante da escalada da violência.
A decisão foi tomada após cobrança direta do governador Cláudio Castro (PL), que havia solicitado apoio federal para enfrentar a facção responsável por ataques e confrontos nos complexos do Alemão e da Penha — cenário da megaoperação Contenção, que resultou em mais de 60 mortos e 81 prisões.
Fontes ligadas ao governo confirmam que a medida foi articulada de última hora pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa, e pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, que assumiu interinamente a Presidência. A transferência foi tratada como “ato emergencial” após dias de críticas sobre o silêncio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Omissão e reação política
A decisão do governo é vista por analistas como uma tentativa de apagar o incêndio político gerado pela falta de ação do Planalto. Enquanto o governo do Rio cobrava o uso das Forças Armadas e até a decretação de uma Garantia da Lei e da Ordem (GLO), Brasília limitou-se a reuniões e notas protocolares — atitude que irritou aliados de segurança e governadores de perfil mais conservador.
“É mais uma resposta política do que uma estratégia de segurança”, avalia um especialista ouvido pela reportagem. “A transferência de dez presos não altera o domínio territorial do Comando Vermelho, que continua expandindo sua influência pelo país.”
Contraste entre gestões
A forma como o governo Lula lidou com a crise expôs o contraste entre a atuação imediata de Cláudio Castro, que coordenou pessoalmente as operações, e a reação tardia de Brasília. O episódio reforça a percepção de que o Planalto tem dificuldade em lidar com temas ligados à segurança pública — um dos maiores pontos de desgaste da atual gestão.
Parlamentares da oposição classificaram a decisão como “ação de fachada”, lembrando que Lula negou três vezes pedidos de apoio militar feitos pelo Rio. A medida, dizem, é simbólica, mas não resolve o avanço do crime organizado.
“O governo federal age apenas quando a pressão política é insustentável. Falta coragem para enfrentar o crime com firmeza”, declarou um deputado do PL.
Crise que pressiona o Planalto
A transferência dos presos ocorre em meio ao aumento da sensação de insegurança em todo o país. Pesquisas recentes mostram que quase metade da população acredita que a segurança piorou sob o governo Lula, consolidando o tema como um dos principais desafios para 2026.
Enquanto isso, Cláudio Castro ganha protagonismo nacional ao liderar ações duras contra o tráfico e denunciar a falta de apoio federal — movimento que pode fortalecer o campo conservador no debate sobre segurança.
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