Barroso nega que aposentadoria do STF tenha relação com sanções dos EUA

Em entrevista concedida após anunciar sua saída do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Luís Roberto Barroso rejeitou que sua aposentadoria tenha qualquer vínculo com sanções impostas pelos Estados Unidos contra magistrados brasileiros. Ele afirmou que já vinha avaliando a possibilidade de deixar a Corte há algum tempo e que considera ter cumprido seu papel na instituição.

Barroso lamentou as sanções aplicadas ao colega Alexandre de Moraes e à esposa dele, qualificando-as como “movimento errado, baseado em uma narrativa falsa”, mas reforçou que a sua decisão foi tomada independentemente desse contexto. Segundo ele, “não tem nenhuma relação com os Estados Unidos” e que todas as ações adotadas pelo STF durante sua gestão foram conduzidas dentro da Constituição e das leis.

Ao comentar sua trajetória, Barroso disse que sempre defendeu a ideia de mandatos de 12 anos para os ministros — inspirado no “modelo alemão” — e que, no momento atual, julgou apropriado abrir espaço para um novo nome. Ele ainda ressaltou que preferiu aguardar a conclusão de julgamentos sensíveis, como os relacionados à tentativa de golpe, antes de decretar sua saída, para não gerar instabilidade institucional.