Brasil gasta R$ 441 bilhões por ano com programas sociais e “welfare state”

O Brasil destina R$ 441 bilhões por ano a ações típicas de um Estado de bem-estar social — o chamado “welfare state”. O valor engloba programas federais, estaduais e municipais de transferência de renda e benefícios assistenciais, atingindo o maior nível da série histórica, embora o ritmo de crescimento tenha desacelerado após o pós-pandemia.

O principal programa social do país, o Bolsa Família, atende atualmente 18,9 milhões de famílias, totalizando 49,4 milhões de pessoas, e consumirá cerca de R$ 158,6 bilhões em 2025 — valor menor que o de 2024 (R$ 168,2 bilhões), após um pente-fino em cadastros irregulares.

Além do Bolsa Família, outros programas federais de destaque incluem:

• Benefício de Prestação Continuada (BPC) — com 6,5 milhões de beneficiários e custo mensal de R$ 9,9 bilhões;
• Pé-de-Meia — voltado a estudantes de baixa renda, com custo estimado em R$ 12,5 bilhões em 2025;
• Gás do Povo, Seguro Defeso e Garantia Safra — que juntos integram a base do modelo assistencial brasileiro.

Nos Estados, existem ao menos 37 programas de transferência de renda ativos, com custo anual próximo de R$ 6 bilhões. Bahia lidera os gastos estaduais, seguida por Maranhão e Alagoas.

Os gastos sociais aceleraram fortemente a partir de 2020, impulsionados pelo Auxílio Emergencial durante a pandemia, que sozinho custou R$ 352 bilhões. Desde então, o modelo assistencial expandiu-se e passou a pressionar o orçamento público — alimentando o debate sobre eficiência, focalização e sustentabilidade fiscal.