China intensifica repressão religiosa e prende cerca de 30 líderes cristãos
Governo comunista acusa pastores de “uso ilegal de informações da internet” com base em nova norma de controle religioso
Por: Redação
15/10/2025 às 07:45

Foto: Portas Abertas
Autoridades da China prenderam cerca de 30 pastores e líderes cristãos ligados à Igreja Zion entre os dias 9 e 11 de outubro, em diversas províncias do país. Entre os detidos está o fundador da denominação, o pastor Jin Mingri. Até o dia 13, 16 pessoas haviam sido libertas, mas o paradeiro dos demais permanece desconhecido.
Familiares receberam notificações oficiais de prisão emitidas pela polícia de Beihai, na província de Guangxi. De acordo com os documentos, Jin Mingri, Gao Yingjia, Yin Huibin, Wang Cong e Yang Lijun foram acusados de “uso ilegal de informações da internet” — uma acusação baseada no novo “Código de Conduta Online para Profissionais Religiosos”, aprovado em setembro pelo Partido Comunista Chinês.
Fundada em 2007 em Pequim, a Igreja Zion é uma das maiores redes de igrejas domésticas chinesas — comunidades cristãs que se reúnem em casas sem o registro oficial exigido pelo regime. A denominação está presente em mais de 40 cidades e atua com projetos de educação, fortalecimento familiar e ministério online.
Nos últimos meses, a repressão contra igrejas domésticas tem aumentado. Cultos foram interrompidos, líderes interrogados e prisões realizadas. O caso da Zion gerou mobilização entre cristãos chineses, que se uniram em redes de oração e publicaram mensagens de solidariedade.
“Em nossos corações há medo, raiva, lágrimas e confusão. Mas também sabemos que a noite não é eterna. Como dizem as Escrituras: ‘A noite está quase acabando; o dia logo vem’ (Romanos 13:12)”, escreveu o economista cristão Zhao Xiao em carta pública no dia 12 de outubro.
A China ocupa o 15º lugar na Lista Mundial da Perseguição 2025 da Missão Portas Abertas, que monitora países com altos índices de repressão à fé cristã. O governo proíbe menores de 18 anos de frequentar cultos, monitora igrejas registradas e trata comunidades não registradas como ilegais.
Analistas internacionais apontam que o endurecimento faz parte de uma estratégia mais ampla de controle ideológico, em que o regime busca eliminar movimentos religiosos independentes e centralizar o poder sob o Estado.
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