Defesa de Marcelo Câmara reage a Moraes e garante permanência no caso

A equipe jurídica que representa Marcelo Costa Câmara, coronel da reserva e ex-assessor de Jair Bolsonaro, contestou a decisão do ministro Alexandre de Moraes de destituí-la da Supremo Tribunal Federal (STF) e anunciou que continuará no caso.

No despacho, Moraes havia alegado “abuso do direito de defesa” e “manobra procrastinatória” ao justificar o afastamento dos advogados e a transferência do processo para a Defensoria Pública da União (DPU). Segundo o ministro, a defesa teria perdido o prazo para apresentar alegações finais — acusação rechaçada pela banca.

Contestação à narrativa de Moraes

Os advogados afirmaram que não houve qualquer tentativa de atrasar o processo e que a atuação segue estritamente dentro dos limites legais. Eles também destacaram que não foram intimados sobre qualquer irregularidade formal antes da decisão de Moraes.

A reação ocorre no âmbito da Ação Penal 2693, que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado. Câmara, assim como outros aliados do ex-presidente Bolsonaro, é um dos réus no processo, que vem gerando forte embate político e jurídico no país.

Contexto político e críticas ao STF

A destituição de defesas técnicas tem sido criticada por parlamentares da oposição e juristas independentes, que apontam para um padrão de decisões centralizadas e de difícil contestação no STF. Críticos afirmam que a medida fragiliza garantias constitucionais básicas, como o direito de ampla defesa.

Aliados de Bolsonaro veem na decisão mais um episódio de tensão institucional entre Judiciário e setores da direita, que acusam a Corte de agir de forma “politizada” em processos de alta repercussão.

Com a manifestação da banca, o caso deve ter novos desdobramentos jurídicos. A expectativa é de que o ministro Moraes decida se reverte ou mantém o afastamento dos advogados. Enquanto isso, a defesa de Câmara segue mobilizada para permanecer formalmente no processo.