Dirceu compara indulto recebido com anistia a Bolsonaro e ataca projeto em discussão na Câmara

O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu (PT), 79 anos, afirmou que existe uma “grande diferença” entre o indulto que recebeu em 2016 e a anistia que parlamentares da base de Jair Bolsonaro (PL) defendem na Câmara. O ex-presidente foi condenado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) por tentativa de golpe de Estado em 2022.

Em entrevista ao jornal O Globo, publicada nesta sexta-feira (19), Dirceu disse que só obteve o benefício após cumprir a pena imposta no processo do Mensalão. “Eu cumpri a pena. Essa é a grande diferença. Para você receber indulto, tem de ter cumprido a lei”, declarou.

O petista recordou que passou mais de três anos preso por condenações ligadas à Lava Jato e ao escândalo do Mensalão. O perdão de sua pena foi concedido pelo então ministro Roberto Barroso — hoje presidente do Supremo — com base em decreto assinado pela ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

Ao criticar a proposta de anistia em tramitação no Congresso, Dirceu acusou aliados de Bolsonaro de tentar “ficar impunes” após os atos de 8 de Janeiro. Ele também afirmou que o objetivo político da medida seria manter o ex-presidente inelegível para abrir espaço a uma candidatura do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), em 2026.

“Tarcísio não é líder, não tem voto. A base bolsonarista é que dá força a ele. Eles querem deixar Bolsonaro fora do jogo para lançar Tarcísio”, disse.