Esquerda articula audiência na Câmara para debater fim da escala 6×1
Proposta defendida por Erika Hilton tem apoio de sindicatos e figuras ligadas ao PT; PEC enfrenta forte resistência no Congresso
Por: Redação
14/10/2025 às 08:20

Foto: Lula Marques/Agência Brasil
A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) apresentou um requerimento para a realização de uma audiência pública com o tema “Da Constituinte ao fim da escala 6×1: o histórico de luta pela redução da jornada de trabalho no Brasil”. O encontro será realizado no âmbito da Subcomissão Especial da Comissão de Trabalho da Câmara dos Deputados, que discute a Proposta de Emenda à Constituição 8/2025 — PEC que pretende extinguir a jornada de seis dias de trabalho por um de descanso.
Entre os convidados sugeridos estão nomes historicamente alinhados à esquerda: a economista Marilane Oliveira Teixeira, pesquisadora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp); o jurista Jorge Luiz Souto Maior, professor da Universidade de São Paulo (USP); a deputada constituinte Benedita da Silva (PT-RJ); o vereador carioca Rick Azevedo (PSOL); um representante da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e o ex-ministro José Dirceu, que, após ter suas condenações na Operação Lava Jato anuladas, vem retomando protagonismo político e deve disputar uma vaga na Câmara pelo PT em 2026.
A PEC 8/2025 é uma das bandeiras trabalhistas do governo Luiz Inácio Lula da Silva e das centrais sindicais ligadas ao PT. O objetivo da proposta, segundo Erika Hilton, é “corrigir um modelo abusivo e adoecedor” e valorizar a mão de obra formal. No entanto, a medida enfrenta forte resistência no Congresso e no setor produtivo, que alertam para o impacto econômico e o aumento dos custos para empresas.
Pesquisas recentes indicam que a pauta tem apoio popular: levantamento do Instituto Datafolha de dezembro de 2024 mostra que 64% dos brasileiros apoiam o fim da escala 6×1, enquanto 51% dos entrevistados em estudo do DataSenado são favoráveis à redução da jornada para quatro dias semanais, com manutenção dos salários.
A proposta, contudo, tem chances consideradas baixas de aprovação, dado o perfil mais liberal da atual composição do Congresso. Para a oposição, trata-se de mais uma agenda ideológica de governo, com viés intervencionista no mercado de trabalho e alto potencial de desestimular investimentos e geração de empregos.
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