Início
/
Notícias
/
Mundo
/
EUA revoga vistos de Moraes e aliados após censura a Bolsonaro: “Caça às bruxas extrapolou fronteiras”
EUA revoga vistos de Moraes e aliados após censura a Bolsonaro: “Caça às bruxas extrapolou fronteiras”
Secretário de Estado afirma que STF viola direitos fundamentais e impõe censura
Por: Redação
19/07/2025 às 07:41

Foto: Oliver Contreras/Sipa/Bloomberg via Getty Images
O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, anunciou nesta sexta-feira (18) a revogação imediata dos vistos do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de seus aliados na Corte e de familiares próximos. Em postagem nas redes sociais, Rubio foi direto: “A caça às bruxas política do ministro Alexandre de Moraes contra Jair Bolsonaro criou um complexo de perseguição e censura que extrapolou as fronteiras do Brasil”.
A decisão marca um momento histórico de ruptura diplomática e ecoa as crescentes críticas internacionais à escalada autoritária do STF sob o comando de Moraes. Segundo o Departamento de Estado, a suspensão dos vistos está embasada na Lei de Imigração e Nacionalidade dos EUA, que permite barrar estrangeiros cuja presença possa causar sérios impactos à política externa americana.
A medida dos Estados Unidos ocorre no mesmo dia em que o ministro Moraes determinou nova operação contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), incluindo buscas, apreensões, uso de tornozeleira eletrônica e proibição de acesso às redes sociais. Também ficou proibido de manter contato com embaixadores — uma imposição inédita na história política brasileira.
Pressão externa e reação interna
Rubio justificou sua decisão com base nos recentes atos de censura do ministro brasileiro, como o bloqueio do X (antigo Twitter) e a perseguição a plataformas como a Rumble e a Truth Social, de Donald Trump. Ambas moveram ações na Justiça americana contra Moraes, acusando-o de abusar da autoridade e de atentar contra a liberdade de expressão — inclusive em território norte-americano.
Trump, por sua vez, já havia sinalizado apoio ao ex-presidente Bolsonaro, e seu governo prometeu endurecer contra qualquer autoridade estrangeira que interfira em princípios constitucionais norte-americanos, como a liberdade de expressão.
A decisão americana teve forte impacto em Brasília. O ministro da AGU, Jorge Messias, publicou uma nota oficial classificando a atitude dos EUA como “arbitrária” e uma tentativa de intimidação ao Judiciário brasileiro. Governistas como Lindbergh Farias (PT-RJ) chamaram o gesto de afronta à soberania nacional, embora tenham evitado responder às acusações de censura.
Moraes se irrita e acusa Bolsonaro de instigar os EUA
Em sua decisão que autorizou a operação da Polícia Federal, Moraes justificou as medidas afirmando que Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro “comemoraram agressão estrangeira” e estariam incitando os Estados Unidos a interferirem nas instituições brasileiras.
Segundo o ministro, essa conduta configuraria “clara afronta à soberania nacional”. A Procuradoria-Geral da República deu parecer favorável às medidas restritivas contra Bolsonaro, que agora precisa cumprir ordens dignas de regimes autoritários: tornozeleira eletrônica, censura nas redes e restrição de contatos diplomáticos.
O Brasil no banco dos réus da democracia internacional
O gesto dos Estados Unidos tem repercussões globais e representa um alerta claro: a comunidade internacional começa a reagir aos abusos de autoridade cometidos em nome da “defesa da democracia”. Para muitos observadores, o Judiciário brasileiro, ao perseguir opositores políticos, cruzou a linha do aceitável — e agora enfrenta consequências diplomáticas.
A censura a plataformas, as restrições a parlamentares e a politização da Justiça colocam o Brasil em rota de colisão com nações que prezam pela liberdade individual e pelo devido processo legal.
Enquanto o governo Lula tenta minimizar os danos, cresce o coro internacional pedindo limites ao poder quase absoluto do STF. E, neste cenário, o ministro Alexandre de Moraes se torna o símbolo de uma crise institucional sem precedentes.
Veja mais em >>> Rede Comunica Brasil
Assine nossa news letter
Receba as principais notícias do dia direto no seu e-mail.



