Governo do Rio pede aos EUA sanções contra o Comando Vermelho

O governo do Rio de Janeiro enviou aos Estados Unidos um documento sigiloso pedindo a inclusão do Comando Vermelho (CV) na lista de sanções do Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC) — órgão do Departamento do Tesouro norte-americano responsável por aplicar medidas contra organizações criminosas e terroristas internacionais .

A solicitação propõe que a facção seja reconhecida formalmente como uma “organização terrorista e/ou transnacional”, o que, segundo o texto, “representaria um divisor de águas na segurança hemisférica”. A medida tem como objetivo internacionalizar o combate ao crime organizado e ampliar a cooperação policial e financeira entre Brasil e EUA .

Impactos das sanções

Caso o pedido seja aceito, os bens, contas e ativos de membros e aliados do Comando Vermelho poderão ser bloqueados em instituições financeiras que estejam sob jurisdição norte-americana.

O OFAC mantém a lista de “Specially Designated Nationals” (SDN), que reúne pessoas e entidades com restrições econômicas impostas pelos EUA. Empresas que transacionem com nomes incluídos na lista estão sujeitas a sanções severas — incluindo bloqueio de operações e exclusão do sistema financeiro internacional .

Contexto recente

Nos últimos meses, a atuação do OFAC tem ganhado destaque no Brasil. Em julho de 2025, o órgão impôs sanções ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, por supostos “abusos de direitos humanos”, e posteriormente à esposa do magistrado, Viviane Barci de Moraes, e à empresa Instituto LEX.

A nova ofensiva do governo fluminense ocorre após a megaoperação nos complexos da Penha e do Alemão, a mais letal da história do Rio, com 121 mortos, incluindo quatro policiais.