Governo Lula cogita cortar mais de R$ 7 bilhões em emendas parlamentares para 2026

O ministro da Fazenda Fernando Haddad afirmou nesta terça-feira (14) que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva poderá realizar um corte superior a R$ 7 bilhões em emendas parlamentares no Orçamento de 2026. A medida está sendo avaliada como parte dos esforços para fechar as contas públicas e garantir a meta fiscal definida pelo Executivo.

Haddad destacou que o valor exato dependerá das decisões que serão tomadas diretamente com Lula, ao longo dos próximos dias. “Tem cenários em que o Orçamento fica preservado e outros em que é preciso alterar. Vai depender muito da decisão do presidente”, disse o ministro ao ser questionado por jornalistas.

O corte ocorre após o Congresso derrubar a Medida Provisória do IOF, que previa R$ 17 bilhões de arrecadação extra. Para compensar a perda de receita, o governo estuda aumentar a taxação sobre casas de apostas (bets) e fintechs.

Além disso, a discussão acontece no mesmo momento em que avança no Senado o projeto relatado pelo senador Renan Calheiros, que prevê isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil mensais. O Executivo busca conciliar a política de renúncia fiscal com o ajuste orçamentário.

Caso o corte seja confirmado, ele deve intensificar as tensões com o Congresso, uma vez que as emendas representam um dos principais instrumentos de barganha política de deputados e senadores junto ao governo. Para a oposição, a medida evidencia o desequilíbrio fiscal da atual gestão e pode gerar desgaste político para o Planalto às vésperas do ano eleitoral.