Governo Lula exonera aliados do Centrão após derrota de pautas no Congresso

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva iniciou, nesta terça-feira (14), uma série de exonerações de cargos estratégicos ocupados por aliados do Centrão após a rejeição da Medida Provisória que tratava do IOF. A medida, interpretada nos bastidores políticos como retaliação direta, atingiu principalmente indicados de Ciro Nogueira (PP-PI), Gilberto Kassab (PSD) e alas do União Brasil e do MDB.

A derrubada da MP do IOF no Congresso Nacional do Brasil foi vista pelo Planalto como um descumprimento de acordos políticos previamente firmados. Segundo fontes ouvidas por veículos próximos ao governo, a decisão de Lula teria como objetivo “enviar um recado claro” aos partidos aliados de que eventuais infidelidades legislativas terão consequências práticas na distribuição de cargos e verbas.

Os cargos atingidos estão concentrados em autarquias, empresas públicas e órgãos de segundo escalão — espaços estratégicos utilizados para consolidar apoio político e viabilizar votações no Congresso. A movimentação ocorre no mesmo momento em que o governo enfrenta resistência para aprovar projetos econômicos e busca manter controle sobre a base parlamentar.

Nos bastidores, líderes do Centrão reagiram com irritação. A avaliação é que as exonerações podem aprofundar a crise política com o Executivo, aumentando a pressão por contrapartidas orçamentárias e espaço no governo. Parlamentares da oposição afirmam que a medida expõe a fragilidade da articulação política do Planalto e revela o caráter de dependência da base governista em cargos comissionados.