Jantar em São Paulo selou avanço do projeto da anistia na Câmara

O destino do projeto da anistia na Câmara começou a ser traçado em um jantar no domingo (14), no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo. O encontro reuniu o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), o governador paulista Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI).

Segundo relatos, Motta acertou com Tarcísio e Ciro a votação do requerimento de urgência ao longo da semana, mas sinalizou que, no mérito, trabalharia apenas para a redução das penas impostas pelo STF (Supremo Tribunal Federal) aos condenados pelos atos de 8 de Janeiro.

A sinalização foi suficiente para que a cúpula do PP recuasse na disputa pela relatoria do projeto, que vinha sendo reivindicada para o deputado Tião Medeiros (PP-PR). Com o acerto, a pauta avançou.

Tarcísio, que planejava viajar a Brasília no dia seguinte, desistiu após o jantar, afirmando a aliados que a anistia já estava “encaminhada”. Ao longo da semana, seguiu acompanhando as negociações à distância.

Na quarta-feira (17), a urgência foi aprovada por 311 votos a 163 — placar acima do esperado pela oposição e bem superior ao mínimo de 257 votos necessários.

Apesar do resultado, líderes do Centrão avisaram que não necessariamente apoiarão uma anistia ampla, irrestrita e que inclua o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), condenado pelo Supremo. O relator do projeto, deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), também já declarou não ver espaço para esse tipo de perdão em seu parecer.