Michelle Bolsonaro descarta candidatura em 2026
Ex-primeira-dama afirma que prioridade é a saúde e o bem-estar da família, critica medidas impostas pelo STF e nega articulação política com Tarcísio de Freitas
Por: Redação
10/10/2025 às 17:55

Foto: Sebastião Moreira
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro afirmou que, por ora, não pretende disputar cargos eletivos, afastando especulações de que poderia substituir o marido, Jair Bolsonaro, como candidata da direita nas eleições de 2026. Em entrevista à Reuters, Michelle disse que sua prioridade no momento é a recuperação e a estabilidade familiar diante do cenário jurídico e pessoal do ex-presidente.
“Posso concorrer a algo ou posso não concorrer a nada. Neste momento, não tenho planos de disputar, apesar do que alguns têm dito”, declarou. O ex-presidente foi condenado a 27 anos de prisão por suposta participação em um plano para reverter o resultado das eleições de 2022. Desde que passou a cumprir prisão domiciliar há dois meses, por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), a rotina da família — segundo Michelle — foi “profundamente abalada”.
Críticas às medidas do STF e apelo por anistia
Michelle afirmou que as medidas cautelares impostas pela Corte deixaram Bolsonaro “desconectado” e com a saúde debilitada. “Essas medidas reduziram sua imunidade e pioraram sua saúde, exigindo mais dedicação da minha parte ao processo de recuperação”, disse. “Temo que sua condição piore ainda mais em um ambiente prisional.”
Assim como aliados do ex-presidente, Michelle defende uma anistia ampla para Bolsonaro e para os demais condenados no caso da tentativa de golpe. A ex-primeira-dama tem se consolidado como um dos nomes mais populares dentro do campo conservador — superando, em popularidade, inclusive, filhos do ex-presidente que atuam como parlamentares.
“Vontade de Deus” e recado a Tarcísio
Aos 43 anos, Michelle afirmou que qualquer decisão sobre uma eventual candidatura dependeria do “bem-estar da família” e da “vontade de Deus”. “Qualquer decisão exigirá o bem-estar e a integridade da minha família, o mútuo acordo com meu marido e, acima de tudo, a manifestação da vontade de Deus na minha vida”, afirmou.
Ela também criticou a antecipação do debate sobre sucessão e negou qualquer articulação política com Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo e um dos nomes cogitados para disputar a Presidência em 2026. “Nunca tratei de assuntos eleitorais com o governador Tarcísio. O maior nome da direita brasileira é meu marido, Jair Bolsonaro”, reforçou.
Relato de vigilância e rotina familiar
Michelle relatou ainda as dificuldades enfrentadas pela família sob vigilância federal, comparando a situação ao que Bolsonaro já havia classificado como “humilhação”. “Não dá para dizer que está tudo bem quando, por exemplo, o carro que leva minha filha à escola é revistado toda vez que ela sai ou volta para casa”, contou. “Tenho me esforçado para que ela não sofra ainda mais em meio a tantas humilhações.”
A declaração ocorre em um momento de reorganização interna na direita, diante da inelegibilidade de Bolsonaro e da pressão por definição de nomes para 2026. Mesmo evitando confirmar qualquer movimento político, Michelle permanece como um dos principais ativos eleitorais do campo conservador.
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