“PL da Dosimetria” perde fôlego e não deve ser votado nesta semana na Câmara

O chamado “PL da Dosimetria”, projeto apresentado como substituto ao PL da Anistia, não deve entrar na pauta da Câmara dos Deputados nesta semana. A avaliação é de lideranças bolsonaristas, que atribuem o adiamento não ao ambiente político marcado pelas manifestações de domingo (21) e pelas sanções dos Estados Unidos contra a esposa do ministro Alexandre de Moraes (STF), mas à falta de votos para aprovar a proposta.

O relator, Paulinho da Força (Solidariedade-SP), segue negociando com diferentes bancadas antes de apresentar o texto final. No momento, tanto o PL quanto o PT resistem à proposta, embora por razões distintas. Enquanto petistas rejeitam qualquer tentativa de aliviar penas, parte da bancada bolsonarista prefere apostar na retomada da anistia em vez de apoiar uma dosimetria que consideram insuficiente.

Entre deputados ligados a Jair Bolsonaro, há até quem veja o adiamento como oportunidade. A leitura é que, com mais tempo, será possível articular votos para recolocar a anistia em pauta — algo considerado inviável nesta semana.

A conjuntura também é afetada pela chamada PEC da Blindagem, cuja rejeição é esperada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado na quarta-feira (24). A disputa em torno do texto teria “contaminado” o ambiente para novas votações na Câmara.

No campo governista, lideranças do PT reforçam que, apesar da vontade do presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), de encerrar rapidamente a polêmica, não há clima para avançar com o projeto. Nos bastidores, a recomendação a Motta tem sido priorizar a defesa institucional da Câmara, repetindo o discurso adotado após as primeiras sanções impostas por Washington em julho.