Polêmicas, assédio e segredo: conheça o retiro espiritual que Barroso vai fazer após sair do STF

O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), planeja participar de um retiro espiritual na última semana de outubro, organizado pelo grupo Brahma Kumaris — uma organização religiosa fundada na Índia e envolvida em diversas polêmicas internacionais.

A decisão de Barroso foi tornada pública em entrevista à GloboNews, concedida em 18 de setembro, quando ele anunciou que pretende tirar um período sabático logo após deixar a presidência do STF, no final de setembro. Com 67 anos, o ministro também admitiu que estuda antecipar sua aposentadoria, embora ainda tenha oito anos até atingir a idade compulsória.

A Brahma Kumaris, movimento de origem indiana, tem sido alvo de críticas e investigações em diferentes países por suas práticas controversas e acusações de doutrinação espiritual e manipulação psicológica. Apesar da imagem de organização pacifista e focada em meditação, reportagens internacionais apontam para conflitos internos, além de acusações de abuso de poder espiritual por parte de líderes.

A escolha de Barroso por um retiro ligado a um grupo polêmico ocorre num momento sensível: ele acaba de antecipar sua saída do STF, abrindo uma nova vaga a ser preenchida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A decisão levantou questionamentos entre críticos que apontam que a opção por um retiro desse tipo pode reforçar a percepção de distanciamento do magistrado em relação à realidade política e jurídica do país.

Para aliados, no entanto, a escolha tem caráter pessoal e não deve ser politizada. Já opositores consideram que figuras públicas de alta relevância institucional devem adotar mais cautela em suas associações.