Presidente do PT critica megaoperação no Rio e chama ação policial de “desastrosa”

O presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Edson Antonio da Silva — conhecido como Edinho — afirmou nesta terça-feira (28) que a Operação Contenção foi “desastrosa para toda a população”. A ação, realizada nos Complexo do Alemão e Complexo da Penha, deixou ao menos 64 mortos, a maioria ligada à Comando Vermelho, e mais de 80 prisões.

“Segurança pública não se faz com ações isoladas, improvisadas e que colocam a população em risco. Segurança pública se faz com planejamento, inteligência, articulação e responsabilidade”, escreveu Edinho em sua conta na X (antigo Twitter).

O dirigente petista criticou a condução da operação pelo governo estadual e citou como “exemplo positivo” a Operação Carbono Oculto, que mirou o financiamento de organizações criminosas sem confrontos armados. Também questionou se o governador Cláudio Castro (PL) buscou apoio da bancada fluminense para avançar com a PEC da Segurança Pública, parada no Congresso.

A declaração provocou forte reação de parlamentares e aliados da direita, que destacam que a operação foi planejada para atingir diretamente o Comando Vermelho — facção que domina mais de mil áreas no Rio e mantém vínculos com redes internacionais de tráfico.

Para setores conservadores, a fala de Edinho demonstra distanciamento da realidade enfrentada por moradores reféns da criminalidade. Críticos afirmam que operações desse porte são essenciais para restaurar a autoridade do Estado em áreas dominadas por criminosos fortemente armados.

A ação, que mobilizou 2.500 agentes de segurança e apreendeu 75 fuzis, foi classificada pelo governo fluminense como “histórica” no enfrentamento ao tráfico. O embate político em torno da segurança pública promete se intensificar com a aproximação das eleições de 2026.