Seape pede que STF avalie condições médicas de Bolsonaro antes de possível prisão

A Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seape-DF) encaminhou um ofício ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), solicitando que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) seja submetido a uma avaliação médica especializada antes de uma eventual transferência para o Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília.

O pedido foi motivado pela proximidade do julgamento dos embargos de declaração na chamada “ação da trama golpista”, que começa nesta sexta-feira (7). Segundo o documento, há possibilidade de que um ou mais réus sejam encaminhados ao sistema prisional do DF.

Justificativa do pedido

No texto, a Seape afirma que o objetivo é verificar o quadro clínico de Bolsonaro e sua compatibilidade com a assistência médica e nutricional disponível no presídio.

“Salienta-se que é sabido que o réu já fora submetido a cirurgias na região abdominal, conforme amplamente noticiado em fontes abertas”, cita o ofício.

A secretaria relembra que, durante o período em que o ex-presidente esteve em prisão domiciliar, a equipe médica precisou fazer atendimento na residência, justamente para evitar deslocamentos emergenciais.

“Em 16/09/2025, foi necessária a realização de escolta emergencial de Jair Messias Bolsonaro ao Hospital DF Star, onde o monitorado permaneceu internado durante a noite”, destacou a Seape.

Estado de saúde e acompanhamento

De acordo com fontes do Governo do Distrito Federal, a situação médica de Bolsonaro inspira cuidados. O ex-presidente ainda sofre sequelas das cirurgias intestinais realizadas após a facada de 2018 e foi diagnosticado com câncer de pele no início deste ano.

A alimentação de Bolsonaro, segundo relatos, vem sendo controlada pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que prepara refeições adequadas ao seu quadro de saúde.

O pedido da Seape busca evitar riscos médicos e logísticos caso o STF determine sua prisão — possibilidade aventada por aliados políticos, que acreditam que o petista Alexandre de Moraes possa endurecer contra o ex-presidente por motivações políticas.

“O ex-presidente não pode ser tratado como um criminoso comum. Ele precisa de atendimento médico especializado e respeito à sua condição clínica”, disse um parlamentar do PL.