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Secretário do Rio classifica o CV como “organização narcoterrorista” e cobra reação nacional
Secretário do Rio classifica o CV como “organização narcoterrorista” e cobra reação nacional
Felipe Curi afirma que facções transformaram o Rio em base do narcotráfico e defende mudança nas leis para permitir enfrentamento mais duro contra o crime organizado
Por: Redação
31/10/2025 às 14:10

Foto: Fabiano Rocha
O secretário de Polícia Civil do Rio de Janeiro, Felipe Curi, declarou nesta sexta-feira (31) que o Comando Vermelho (CV) e outras facções que atuam no estado devem ser tratadas como “organizações narcoterroristas”, em razão da estrutura armada e do domínio territorial que exercem sobre comunidades inteiras. A declaração foi feita após o balanço da Operação Contenção, que resultou em 117 criminosos mortos e 113 presos nos complexos da Penha e do Alemão.
Curi afirmou que o país precisa de uma mobilização nacional para enfrentar o que chamou de “guerra irregular e assimétrica” travada nas ruas do Rio.
“Essas organizações são narcoterroristas e têm que ser tratadas como tal. Usam táticas de guerrilha, determinam execuções, impõem regras às comunidades e promovem terror com drones, granadas e armas de guerra”, disse o secretário.
O chefe da Polícia Civil responsabilizou anos de restrições impostas pelo Judiciário e por setores políticos às operações policiais pelo avanço das facções.
“Tudo aquilo que alertamos há cinco anos se concretizou. O Rio virou o centro de comando do narcotráfico nacional”, afirmou, numa crítica indireta à ADPF das Favelas, decisão do Supremo Tribunal Federal que limitou a atuação da polícia em comunidades dominadas pelo tráfico.
Curi defendeu a atualização da legislação penal para enquadrar as facções como organizações terroristas, o que ampliaria as ferramentas jurídicas e operacionais no combate ao crime. O secretário destacou ainda que o problema deixou de ser local: 40% dos presos na operação eram de outros estados, incluindo Bahia, Amazonas, Pará e Goiás, o que mostra que o CV atua hoje em escala nacional.
Entre os mortos na operação, estavam líderes regionais do tráfico como Mazola, chefe do crime em Feira de Santana (BA); Chico Rato, de Manaus (AM); e Russo, apontado como chefe do tráfico em Vitória (ES). Para Curi, a megaoperação representou “um duro golpe no crime organizado”, mas o desafio permanece enquanto o governo federal não assumir sua responsabilidade no enfrentamento ao narcotráfico.
A declaração do secretário ecoa o sentimento de indignação da população fluminense, que vê no fortalecimento das facções o resultado direto de anos de leniência política e de decisões judiciais que fragilizaram a ação policial.
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