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Senador Vanderlan recorre ao STF para reverter suspensão de processo contra Gustavo Gayer
Senador Vanderlan recorre ao STF para reverter suspensão de processo contra Gustavo Gayer
Parlamentar do PSD quer que Alexandre de Moraes anule decisão da Câmara que paralisou ação penal por ofensas pessoais; Gayer havia chamado o senador de “vagabundo” nas redes sociais
Por: Redação
03/11/2025 às 12:13

Foto: Lula Marques/Agência Brasil
O senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO) protocolou no Supremo Tribunal Federal (STF) um recurso contra a decisão da Câmara dos Deputados que suspendeu a ação penal movida por ele contra o deputado Gustavo Gayer (PL-GO).
O processo, que tramitava na Primeira Turma do STF, trata de supostas ofensas proferidas por Gayer nas redes sociais, nas quais o parlamentar chamou Vanderlan de “vagabundo”.
Segundo o recurso, a decisão do ministro Alexandre de Moraes, que acatou a deliberação da Câmara, violou o princípio da proporcionalidade e extrapolou o alcance das imunidades parlamentares, uma vez que as declarações teriam caráter pessoal, sem relação com o mandato de Gayer.
Entenda o caso
A Primeira Turma do STF havia aceitado a queixa-crime apresentada por Vanderlan, que acusa Gayer de calúnia, difamação e injúria.
Durante o processo, em 8 de setembro de 2025, Gayer apresentou uma proposta de retratação, rejeitada pelo senador. A ação, então, seguia para julgamento de mérito quando foi paralisada pela Câmara dos Deputados.
Em 15 de outubro de 2025, os deputados votaram pela sustação da ação penal por 268 votos a favor, 167 contra e 4 abstenções. O resultado foi encaminhado ao STF, e Moraes determinou a suspensão conforme o artigo 53 da Constituição, que prevê o direito de sustar ações judiciais contra parlamentares.
Argumento da defesa de Vanderlan
No agravo, Vanderlan sustenta que a norma constitucional não pode ser usada para proteger ofensas pessoais, mas apenas para preservar o livre exercício do mandato parlamentar.
“No caso concreto, houve desvio de finalidade, pois as palavras proferidas não têm qualquer relação com a atuação política do deputado”, diz o texto do recurso.
O senador também argumenta que a decisão da Câmara amplia indevidamente os privilégios parlamentares e viola seu direito de buscar reparação judicial, abrindo precedente perigoso para impunidade em casos de ataques pessoais entre autoridades.
O episódio reacende o debate sobre o uso político das imunidades parlamentares e a atuação do STF em temas envolvendo liberdade de expressão e honra entre políticos.
A base aliada do governo Bolsonaro, da qual Gayer faz parte, criticou o que chamou de “judicialização da fala política”, enquanto aliados de Vanderlan afirmam que o deputado ultrapassou o limite da crítica legítima ao partir para ataques pessoais.
Nos bastidores, o recurso também é visto como um teste da disposição de Alexandre de Moraes em rever decisões respaldadas pelo Congresso, especialmente num contexto em que o Supremo tem sido acusado de exceder suas competências constitucionais.
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