Tarcísio alerta: crime organizado se tornou a maior ameaça à soberania nacional

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou que o crime organizado é hoje o principal risco ao Brasil, superando até mesmo as preocupações fiscais que dominam o debate econômico. A declaração foi feita nesta quarta-feira (29), em uma série de publicações nas redes sociais, um dia após a megaoperação policial no Rio de Janeiro que resultou em 121 mortes — a mais letal da história do país.

Tarcísio afirmou que o episódio no Complexo do Alemão e da Penha expõe o colapso de décadas de omissão no combate ao tráfico e ao avanço das facções criminosas. “O que estamos vendo no Rio de Janeiro escancara um problema que há anos se agrava: o poder paralelo que afronta a lei, ameaça vidas e expulsa o Estado da vida do cidadão”, escreveu.

O governador, cotado como um dos principais nomes da oposição para disputar a Presidência em 2026, criticou a condução da segurança nacional pelo governo Lula. Segundo ele, o Estado tem falhado na vigilância das fronteiras, permitindo a entrada de drogas e armamentos que não são produzidos no Brasil. “É preciso retomar o papel do Estado e devolver às pessoas o direito de viver com segurança e dignidade. O que está em jogo é o próprio sentido da soberania”, afirmou.

O governador também cobrou medidas mais duras contra a lavagem de dinheiro e o financiamento do crime, além de citar setores em que ainda há brechas para atividades ilegais. “Por que é tão fácil operar irregularmente no setor de combustíveis? E por que ainda não aprovamos regras mais rígidas para punir devedores contumazes?”, questionou.

No mesmo dia das declarações, o Senado aprovou o PLP 164/2022, que aumenta a fiscalização sobre empresas que sonegam impostos de forma recorrente. Outro projeto semelhante ainda tramita na Câmara dos Deputados, sem avanços significativos.

Ao encerrar sua mensagem, Tarcísio prestou solidariedade ao governador do Rio, Cláudio Castro (PL), aos familiares dos quatro policiais mortos em confronto e à população fluminense “que sofre as consequências dessa violência desmedida”.

Mesmo sem participar do encontro de governadores de oposição no Rio, o paulista reafirmou seu apoio a Castro e defendeu que os estados unam esforços para restaurar a autoridade do Estado e conter o avanço do crime organizado, considerado por ele a maior ameaça à estabilidade e à soberania do Brasil.