Jorge Messias desponta como favorito para suceder Barroso no STF; trajetória e passado no governo Dilma voltam aos holofotes

A saída antecipada do ministro Luís Roberto Barroso do Supremo Tribunal Federal (STF) abriu uma nova disputa política em Brasília. Entre os nomes mais comentados para ocupar a cadeira está o do atual ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, considerado um dos integrantes mais próximos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O jurista acompanhou o chefe do Executivo em viagem oficial à Bahia no mesmo dia em que Barroso comunicou sua aposentadoria, gesto interpretado como um sinal de prestígio e confiança dentro do governo.

Messias é procurador da Fazenda Nacional e possui carreira no serviço público. Formado em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco e com mestrado e doutorado pela Universidade de Brasília. Aos 45 anos, representa uma opção de longo prazo para o Supremo, já que, se indicado e aprovado pelo Senado, poderá permanecer na Corte por mais de duas décadas.

Apesar da discrição atual, Jorge Messias não é um novato na cena política. Durante o governo Dilma Rousseff, ocupou o cargo de subchefe para Assuntos Jurídicos da Casa Civil, tornando-se figura central em um episódio que ganhou destaque nacional. À época, o nome de Messias apareceu em uma conversa telefônica entre Dilma e o então ex-presidente Lula, na qual a presidente mencionava “enviar o termo de posse via Messias” — diálogo interpretado por setores da oposição como tentativa de proteger Lula de possíveis ações judiciais. O caso acabou arquivado, mas marcou o início da notoriedade pública do advogado.

Nos bastidores de Brasília, a possível indicação de Messias é vista como uma escolha natural para Lula. Além de fiel ao governo, o ministro da AGU tem boa interlocução com o meio jurídico e é considerado equilibrado nas negociações com outros Poderes.