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Ministro Fernando Haddad Foto De Marcelo Camargo 800x479 (1)

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta sexta-feira (1) que pretende se reunir com o secret&aacute;rio do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, na pr&oacute;xima semana. A conversa deve abordar dois temas sens&iacute;veis: as san&ccedil;&otilde;es impostas pelos EUA ao ministro Alexandre de Moraes e o recente tarifa&ccedil;o contra produtos brasileiros.
Haddad classificou o encontro como &ldquo;muito importante&rdquo; e disse que deseja &ldquo;esclarecer como funciona o sistema judici&aacute;rio brasileiro&rdquo;, em resposta &agrave; aplica&ccedil;&atilde;o da Lei Magnitsky, instrumento usado pelos EUA para sancionar autoridades estrangeiras acusadas de violar direitos humanos e restringir liberdades civis.
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&ldquo;H&aacute; muita desinforma&ccedil;&atilde;o sobre o tema&rdquo;, afirmou o ministro, tentando reduzir os impactos diplom&aacute;ticos da decis&atilde;o americana.
</blockquote>
Na &uacute;ltima quarta-feira (30), o Departamento do Tesouro dos EUA publicou comunicado acusando Moraes de autorizar deten&ccedil;&otilde;es arbitr&aacute;rias e censura, incluindo casos que envolvem cidad&atilde;os e empresas norte-americanas. O texto afirma que o ministro do STF conduz uma &ldquo;campanha opressiva&rdquo; e responsabiliza diretamente Moraes por viola&ccedil;&otilde;es de direitos humanos e persegui&ccedil;&atilde;o pol&iacute;tica &mdash; incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro.
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&ldquo;Alexandre de Moraes assumiu a responsabilidade de ser juiz e j&uacute;ri em uma ca&ccedil;a &agrave;s bruxas ilegal&rdquo;, declarou o secret&aacute;rio Scott Bessent.
</blockquote>
Al&eacute;m da quest&atilde;o diplom&aacute;tica, Haddad tentar&aacute; abordar com Bessent o impacto das novas tarifas impostas pelo governo Trump. A partir de 7 de agosto, produtos como caf&eacute;, carnes e frutas estar&atilde;o sujeitos a uma al&iacute;quota de 50% de imposto de importa&ccedil;&atilde;o, medida que deve afetar diretamente a balan&ccedil;a comercial brasileira.
Segundo o ministro, 694 produtos brasileiros foram exclu&iacute;dos da lista, mas os itens agr&iacute;colas &mdash; de forte peso na economia do pa&iacute;s &mdash; permanecem sob san&ccedil;&atilde;o.
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&ldquo;Espero uma reuni&atilde;o mais longa e focada no tema comercial&rdquo;, declarou Haddad, que n&atilde;o descartou um encontro presencial com o secret&aacute;rio norte-americano.
</blockquote>
A tentativa do governo Lula de costurar um di&aacute;logo diplom&aacute;tico ocorre num momento de desgaste com os Estados Unidos, especialmente ap&oacute;s a sinaliza&ccedil;&atilde;o clara de Washington contra pr&aacute;ticas autorit&aacute;rias no Brasil. O Planalto evita confrontos diretos, mas se v&ecirc; pressionado por aliados a reagir frente &agrave;s cr&iacute;ticas internacionais ao Judici&aacute;rio e &agrave;s pol&iacute;ticas comerciais do Executivo.

Haddad Valter Campanato Agência Brasil

Em meio ao agravamento da crise diplom&aacute;tica com os Estados Unidos, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, atribuiu &agrave; oposi&ccedil;&atilde;o &ndash; em especial ao que classificou como &ldquo;bolsonarismo&rdquo; &ndash; a responsabilidade pelas recentes decis&otilde;es do governo americano que afetam diretamente a economia e a imagem do Brasil no exterior.
Entre as medidas de Washington est&atilde;o a imposi&ccedil;&atilde;o de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros e a aplica&ccedil;&atilde;o da Lei Magnitsky ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), por supostas viola&ccedil;&otilde;es a direitos civis.
<blockquote>
&ldquo;Por raz&otilde;es conhecidas, Trump tem recebido da oposi&ccedil;&atilde;o informa&ccedil;&otilde;es equivocadas sobre o Brasil. Precisamos dissipar essa desinforma&ccedil;&atilde;o e buscar a coopera&ccedil;&atilde;o&rdquo;, disse Haddad a jornalistas nesta sexta-feira (1&ordm;).
</blockquote>
A declara&ccedil;&atilde;o escancara a tentativa do governo Lula de transferir a responsabilidade pela deteriora&ccedil;&atilde;o das rela&ccedil;&otilde;es com os EUA &agrave; oposi&ccedil;&atilde;o interna, ao inv&eacute;s de admitir poss&iacute;veis erros diplom&aacute;ticos ou excessos cometidos por integrantes do pr&oacute;prio governo e Judici&aacute;rio.
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Tentativa de conten&ccedil;&atilde;o e press&atilde;o nos bastidores Haddad afirmou que o Brasil ainda negocia com autoridades americanas para preservar produtos n&atilde;o contemplados nas quase 700 isen&ccedil;&otilde;es do tarifa&ccedil;o, previsto para entrar em vigor no dia 6 de agosto. Apesar do tom conciliador, n&atilde;o est&aacute; descartada uma resposta por meio de canais como a Organiza&ccedil;&atilde;o Mundial do Com&eacute;rcio (OMC) ou at&eacute; mesmo a&ccedil;&otilde;es judiciais nos Estados Unidos, onde empres&aacute;rios afetados estariam se movimentando.
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&ldquo;A tarifa de 50% &eacute; injustific&aacute;vel, fora do padr&atilde;o. N&atilde;o h&aacute; par&acirc;metro para isso&rdquo;, alegou Haddad.
</blockquote>
O ministro tamb&eacute;m disse aguardar uma reuni&atilde;o com o secret&aacute;rio do Tesouro americano, Scott Bessent, embora reconhe&ccedil;a que o encontro n&atilde;o ocorrer&aacute; antes da entrada em vigor das tarifas.
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Governo fala em plano de conting&ecirc;ncia Segundo Haddad, o plano de conting&ecirc;ncia preparado pela equipe econ&ocirc;mica busca mitigar os efeitos do tarifa&ccedil;o sobre a soberania nacional, a ind&uacute;stria e o agroneg&oacute;cio. Medidas de apoio est&atilde;o sendo recalibradas junto a sindicatos e representantes patronais, com base no impacto financeiro do novo cen&aacute;rio.
Internamente, o Planalto tenta passar a imagem de que a situa&ccedil;&atilde;o est&aacute; sob controle, mas aliados admitem nos bastidores que a crise comercial e diplom&aacute;tica &eacute; s&eacute;ria, e que o tom adotado por Lula e o ativismo de ministros do STF t&ecirc;m dificultado o di&aacute;logo com governos conservadores como o de Trump.

Lula Foto Ricardo Stuckert Agência Brasil

As contas do governo federal fecharam o 1&ordm; semestre de 2025 no vermelho. Segundo dados divulgados nesta quarta-feira (30) pelo Tesouro Nacional, o d&eacute;ficit prim&aacute;rio no acumulado de janeiro a junho foi de R$ 9,5 bilh&otilde;es, j&aacute; corrigido pela infla&ccedil;&atilde;o.
Embora o resultado represente uma melhora em rela&ccedil;&atilde;o ao mesmo per&iacute;odo de 2024 &mdash; quando o rombo foi de R$ 70,1 bilh&otilde;es &mdash;, o saldo negativo mostra que o governo Lula ainda n&atilde;o conseguiu equilibrar receitas e despesas. O dado contrasta com o discurso oficial de responsabilidade fiscal adotado pelo Pal&aacute;cio do Planalto.
O resultado prim&aacute;rio mede a diferen&ccedil;a entre tudo o que o governo arrecada e gasta, desconsiderando os juros da d&iacute;vida p&uacute;blica. Quando h&aacute; d&eacute;ficit, o recado ao mercado &eacute; claro: ser&aacute; necess&aacute;rio recorrer a mais endividamento para fechar as contas.
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Despesas pressionadas por previd&ecirc;ncia e BPC De janeiro a junho, os gastos totais somaram R$ 1,16 trilh&atilde;o &mdash; uma queda real de 2,4% em compara&ccedil;&atilde;o ao mesmo per&iacute;odo do ano passado. Apesar da conten&ccedil;&atilde;o em algumas &aacute;reas, os gastos com benef&iacute;cios previdenci&aacute;rios continuam subindo, alcan&ccedil;ando R$ 537,3 bilh&otilde;es (+1,6%). J&aacute; o Benef&iacute;cio de Presta&ccedil;&atilde;o Continuada (BPC) teve alta de 10,8%, chegando a R$ 63,3 bilh&otilde;es.
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Receita cresce, mas n&atilde;o &eacute; suficiente As receitas l&iacute;quidas no semestre foram de R$ 1,15 trilh&atilde;o, com avan&ccedil;o real de 2,8% em rela&ccedil;&atilde;o a 2024. Destaque para a arrecada&ccedil;&atilde;o com Imposto de Importa&ccedil;&atilde;o, que saltou 29,2% (R$ 45,9 bilh&otilde;es), e para a explora&ccedil;&atilde;o de recursos naturais, que rendeu R$ 66,2 bilh&otilde;es (+10,8%).
Apesar disso, o crescimento da arrecada&ccedil;&atilde;o n&atilde;o conseguiu compensar o avan&ccedil;o das despesas em setores sociais e o elevado custo da m&aacute;quina p&uacute;blica.
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Junho fecha com rombo ainda maior O m&ecirc;s de junho, isoladamente, trouxe um sinal de alerta: o d&eacute;ficit foi de R$ 44,3 bilh&otilde;es, aumento de 8,6% em compara&ccedil;&atilde;o ao mesmo m&ecirc;s de 2024. Foram R$ 169 bilh&otilde;es em receitas e R$ 213,3 bilh&otilde;es em despesas.
Especialistas avaliam que, embora o resultado do semestre seja melhor que o do ano anterior, ele ainda est&aacute; longe do equil&iacute;brio necess&aacute;rio para garantir credibilidade fiscal. A promessa de d&eacute;ficit zero feita pelo ministro Fernando Haddad segue distante da realidade.

Trump Isac Nóbrega Agência Brasil

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou uma ordem executiva que implementa tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, medida que entra em vigor em 1&ordm; de agosto. Embora o texto contenha uma lista de cerca de 700 categorias de produtos que foram exclu&iacute;das da cobran&ccedil;a adicional, itens-chave da pauta exportadora brasileira n&atilde;o foram poupados.
<h3 data-start="564" data-end="595">O que n&atilde;o est&aacute; isento</h3>
Entre os produtos que ficar&atilde;o sujeitos &agrave; tarifa adicional est&atilde;o setores estrat&eacute;gicos como caf&eacute;, carne bovina e diversas frutas, que antes eram altamente exportadas para o mercado americano.
<h3 data-start="799" data-end="834">O que escapou da tarifa extra</h3>
Ficaram fora do tarifa&ccedil;o setores como:
<ul data-start="875" data-end="1226">
<li data-start="875" data-end="906">
Suco e polpa de laranja
</li>
<li data-start="907" data-end="1018">
Aeronaves civis, seus motores, componentes e simuladores &mdash; afetando diretamente empresas como a Embraer
</li>
<li data-start="1019" data-end="1067">
Petr&oacute;leo, carv&atilde;o e derivados energ&eacute;ticos
</li>
<li data-start="1068" data-end="1119">
Celulose e v&aacute;rios tipos de madeira tropical
</li>
<li data-start="1120" data-end="1165">
Min&eacute;rios como ferro, ouro e niobraras
</li>
<li data-start="1166" data-end="1226">
Castanha-do-brasil, fertilizantes e insumos florestais
</li>
</ul>
<h3 data-start="1228" data-end="1252">Contexto da medida</h3>
A tarifa foi justificada por Trump como resposta a a&ccedil;&otilde;es do governo brasileiro &mdash; segundo os EUA &mdash; que amea&ccedil;ariam sua seguran&ccedil;a nacional e pol&iacute;tica externa. A ordem executiva utiliza a Lei de Poderes Econ&ocirc;micos de Emerg&ecirc;ncia Internacional de 1977 (IEEPA) como base legal.
Inclusive, o texto menciona cr&iacute;ticas ao Supremo Tribunal Federal brasileiro e &agrave; atua&ccedil;&atilde;o do ministro Alexandre de Moraes, especialmente em casos envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo Washington, o Brasil estaria promovendo processos politizados, censura e persegui&ccedil;&atilde;o de opositores pol&iacute;ticos.
<h3 data-start="1831" data-end="1866">Rea&ccedil;&otilde;es e impactos potenciais</h3>
Especialistas avisam que os setores afetados devem responder rapidamente por meio de medidas de apoio e diversifica&ccedil;&atilde;o de mercados. Para agricultores e exportadores de caf&eacute; e carne, o aumento de custos tornar&aacute; o Brasil menos competitivo nos EUA, o que pode resultar em superoferta interna e queda de pre&ccedil;os.
Al&eacute;m disso, analistas preveem press&otilde;es para desvaloriza&ccedil;&atilde;o do real e contra&ccedil;&otilde;es no PIB local, j&aacute; que essas exporta&ccedil;&otilde;es representam parcelas relevantes da economia brasileira.

Haddad Marcelo Camargo Agência Brasil

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta ter&ccedil;a-feira (29) que as negocia&ccedil;&otilde;es com os Estados Unidos sobre a nova tarifa&ccedil;&atilde;o anunciada pelo presidente Donald Trump devem ocorrer com &ldquo;dignidade&rdquo; e respeito &agrave; soberania nacional. O republicano prometeu uma sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros a partir de 1&ordm; de agosto.
<blockquote>
&ldquo;Voc&ecirc; n&atilde;o vai querer que o presidente Lula se comporte como o Bolsonaro se comportava, abanando o rabo e falando &lsquo;I love you&rsquo;, batendo contin&ecirc;ncia&rdquo;, disse Haddad, em entrevista &agrave; CNN Brasil, ao criticar a forma como o governo anterior conduzia a diplomacia com Washington.
</blockquote>
Segundo o ministro, a oposi&ccedil;&atilde;o estaria disposta a &ldquo;entregar o Brasil&rdquo;, enquanto o atual governo defende um di&aacute;logo racional. &ldquo;Isso n&atilde;o &eacute; arrog&acirc;ncia, n&oacute;s queremos respeito com o Brasil&rdquo;, completou.
Haddad afirmou que o governo ainda busca entender as exig&ecirc;ncias da Casa Branca antes de avan&ccedil;ar nas tratativas. &ldquo;S&oacute; &eacute; poss&iacute;vel sentar &agrave; mesa quando se entende o que os interlocutores est&atilde;o pedindo&rdquo;, explicou.
O ministro tamb&eacute;m sugeriu que existem outros temas sens&iacute;veis em discuss&atilde;o, como o Pix, que, segundo ele, estaria gerando inc&ocirc;modo por ser uma tecnologia desenvolvida e mantida pelo Estado brasileiro. &ldquo;Esse &eacute; um expediente do qual n&atilde;o abriremos m&atilde;o&rdquo;, disse.
O plano de conting&ecirc;ncia elaborado por minist&eacute;rios como Fazenda, Ind&uacute;stria, Rela&ccedil;&otilde;es Exteriores e Casa Civil j&aacute; foi apresentado ao presidente Lula. Embora as medidas n&atilde;o tenham sido divulgadas, Haddad garantiu que o governo est&aacute; preparado para diferentes cen&aacute;rios, com pr&oacute;s e contras mapeados.
Questionado sobre poss&iacute;veis retalia&ccedil;&otilde;es, Haddad evitou usar o termo e falou em &ldquo;prote&ccedil;&atilde;o dos interesses nacionais&rdquo;. Ele advertiu para o risco de rea&ccedil;&otilde;es impulsivas. &ldquo;Assim como estou dizendo que Trump pode estar dando um tiro no p&eacute;, n&oacute;s n&atilde;o podemos cometer um erro sim&eacute;trico&rdquo;, afirmou.
De acordo com o ministro, a medida norte-americana pode encarecer produtos para os consumidores dos EUA, especialmente alimentos como carne, suco de laranja e frutas tropicais. &ldquo;Isso penaliza o trabalhador americano e pode at&eacute; reduzir os pre&ccedil;os internos no Brasil&rdquo;, avaliou.

Haddad Valter Campanato Agência Brasill

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou nesta segunda-feira (28) que o governo brasileiro est&aacute; organizando uma abordagem diplom&aacute;tica para viabilizar um di&aacute;logo direto entre os presidentes Luiz In&aacute;cio Lula da Silva (PT) e Donald Trump, dos Estados Unidos, com o objetivo de conter os impactos da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, que deve entrar em vigor nesta sexta-feira (1&ordm;).
Durante entrevista na chegada ao Minist&eacute;rio da Fazenda, Haddad criticou duramente o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), chamando-o de &ldquo;o mais subserviente da hist&oacute;ria do Brasil&rdquo; e afirmando que a pol&iacute;tica externa atual busca preservar a soberania nacional. &ldquo;Esse a&ccedil;odamento, &agrave;s vezes eu vejo press&atilde;o da oposi&ccedil;&atilde;o de &lsquo;sai correndo atr&aacute;s&rsquo;... O Bolsonaro tinha um comportamento muito subserviente, e isso n&atilde;o est&aacute; &agrave; altura do Brasil&rdquo;, afirmou.
Segundo o ministro, o governo est&aacute; atuando com discri&ccedil;&atilde;o e articula&ccedil;&atilde;o institucional para evitar que um poss&iacute;vel encontro entre Lula e Trump se transforme em um embate hostil. A prepara&ccedil;&atilde;o conta com a atua&ccedil;&atilde;o do vice-presidente e ministro da Ind&uacute;stria, Geraldo Alckmin (PSB), do ministro das Rela&ccedil;&otilde;es Exteriores, Mauro Vieira, e de senadores em miss&atilde;o diplom&aacute;tica em Washington.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresentou nesta segunda-feira (28) ao presidente Luiz In&aacute;cio Lula da Silva (PT) um plano de conting&ecirc;ncia para minimizar os impactos da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O aumento entra em vigor na pr&oacute;xima sexta-feira (1&ordm;) e j&aacute; provoca apreens&atilde;o em setores exportadores e industriais do pa&iacute;s.
&ldquo;O presidente j&aacute; est&aacute; ciente dos cen&aacute;rios poss&iacute;veis. Nosso foco continua sendo negociar&rdquo;, disse Haddad ao sair do Minist&eacute;rio da Fazenda, em Bras&iacute;lia. Apesar de n&atilde;o detalhar as a&ccedil;&otilde;es previstas no plano, o ministro indicou que as medidas emergenciais est&atilde;o prontas e poder&atilde;o ser implementadas caso o tarifa&ccedil;o se confirme.
Segundo Haddad, o governo ainda aguarda uma resposta formal da Casa Branca &agrave;s comunica&ccedil;&otilde;es enviadas por canais diplom&aacute;ticos. As tratativas est&atilde;o sendo conduzidas diretamente pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, que tamb&eacute;m acumula o cargo de ministro da Ind&uacute;stria e Com&eacute;rcio.
&ldquo;O Brasil n&atilde;o sair&aacute; da mesa de negocia&ccedil;&atilde;o&rdquo;, refor&ccedil;ou o ministro, destacando que o material t&eacute;cnico preparado pelas pastas econ&ocirc;micas j&aacute; est&aacute; sendo debatido em reuni&otilde;es internas com outros ministros.
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Isolamento diplom&aacute;tico e incerteza pol&iacute;tica
Apesar do esfor&ccedil;o do governo brasileiro, o governo Trump tem se mostrado inflex&iacute;vel. Em entrevista recente, Haddad afirmou que a nova administra&ccedil;&atilde;o norte-americana tem adotado uma postura centralizadora e que as conversas com o Brasil t&ecirc;m ocorrido apenas em n&iacute;vel t&eacute;cnico, sem abertura para di&aacute;logo pol&iacute;tico direto entre os chefes de Estado.
Nos bastidores, a avalia&ccedil;&atilde;o &eacute; que a decis&atilde;o de Trump tem vi&eacute;s pol&iacute;tico e protecionista, com potencial de atingir duramente produtos estrat&eacute;gicos da economia brasileira, especialmente do agroneg&oacute;cio e da ind&uacute;stria de base. H&aacute; receio de que as tarifas gerem desemprego, perda de competitividade e desestabiliza&ccedil;&atilde;o de setores j&aacute; fragilizados.
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Apostas em est&iacute;mulos locais
Em paralelo, o governo Lula sancionou nos &uacute;ltimos dias um programa de incentivo &agrave; exporta&ccedil;&atilde;o e avalia linhas de cr&eacute;dito e compras p&uacute;blicas para socorrer empresas atingidas pela medida americana. O plano de Haddad tamb&eacute;m contempla um poss&iacute;vel fundo emergencial para pequenas e m&eacute;dias empresas, consideradas as mais vulner&aacute;veis.
Ainda assim, o Pal&aacute;cio do Planalto insiste no caminho da diplomacia e do apelo multilateral, tentando evitar retalia&ccedil;&otilde;es imediatas ou rompimentos que possam prejudicar a imagem internacional do pa&iacute;s.
Faltando apenas quatro dias para a entrada em vigor das tarifas, o clima &eacute; de expectativa e incerteza. Para o governo brasileiro, resta pouco tempo e espa&ccedil;o de manobra. Se o tarifa&ccedil;o for mantido, a resposta ter&aacute; de ser r&aacute;pida &mdash; e com consequ&ecirc;ncias econ&ocirc;micas e pol&iacute;ticas que ainda s&atilde;o dif&iacute;ceis de prever.

Logos Montadoras 848x477

Representantes das principais montadoras instaladas no Brasil enviaram uma carta ao presidente Luiz In&aacute;cio Lula da Silva alertando para os riscos que o setor automotivo enfrenta diante da crescente ado&ccedil;&atilde;o do modelo SKD (Semi Knocked-Down), que permite a importa&ccedil;&atilde;o de ve&iacute;culos parcialmente desmontados para montagem final no pa&iacute;s. Segundo o documento, essa pr&aacute;tica pode comprometer os investimentos locais e enfraquecer a cadeia produtiva brasileira.
No texto, as montadoras afirmam que, embora a atra&ccedil;&atilde;o de novas marcas seja bem-vinda, &eacute; fundamental garantir um ambiente de concorr&ecirc;ncia leal. Elas argumentam que empresas que adotam o sistema SKD t&ecirc;m vantagens tribut&aacute;rias e log&iacute;sticas que desestimulam a produ&ccedil;&atilde;o local de pe&ccedil;as e componentes, reduzindo os empregos na ind&uacute;stria nacional e afetando negativamente fornecedores brasileiros.
As montadoras tamb&eacute;m destacam que j&aacute; investiram bilh&otilde;es de reais para manter opera&ccedil;&otilde;es produtivas no Brasil, com compromisso de longo prazo e integra&ccedil;&atilde;o local. Com a entrada de concorrentes que se beneficiam de regras mais brandas para importa&ccedil;&atilde;o e montagem, o setor teme uma desindustrializa&ccedil;&atilde;o progressiva e o esvaziamento de polos automotivos tradicionais.
Al&eacute;m do alerta, a carta prop&otilde;e ao governo federal a cria&ccedil;&atilde;o de uma regulamenta&ccedil;&atilde;o mais clara e rigorosa sobre a entrada de ve&iacute;culos SKD, al&eacute;m de pol&iacute;ticas que incentivem a fabrica&ccedil;&atilde;o de autom&oacute;veis com maior conte&uacute;do nacional. O setor pede ainda previsibilidade regulat&oacute;ria para garantir que os investimentos realizados e futuros n&atilde;o sejam colocados em risco.
O Pal&aacute;cio do Planalto confirmou o recebimento do documento e afirmou que o tema est&aacute; sendo analisado pelos minist&eacute;rios envolvidos, incluindo o da Ind&uacute;stria, Desenvolvimento e Com&eacute;rcio Exterior. Internamente, a equipe econ&ocirc;mica tamb&eacute;m acompanha com aten&ccedil;&atilde;o o movimento, em meio &agrave;s discuss&otilde;es sobre reindustrializa&ccedil;&atilde;o e est&iacute;mulo &agrave; economia verde, um dos pilares da atual gest&atilde;o.

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