Inflação de moradia tem maior alta para setembro em 30 anos

A inflação no custo de moradia registrou um aumento de 2,97% em setembro, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Trata-se da maior alta para o mês em 30 anos, desde 1995

O segmento foi o principal responsável por puxar o resultado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), respondendo por 0,45 ponto percentual dos 0,48% de variação do índice no mês — o equivalente a 93,8% do impacto total.

Energia elétrica é a vilã da inflação

O aumento expressivo foi impulsionado principalmente pela energia elétrica, que teve alta de dois dígitos após o acionamento da bandeira vermelha – patamar 2, que eleva as tarifas com cobranças adicionais. Esse fator vem sendo criticado por economistas e parlamentares da oposição, que atribuem a escalada de preços a falhas na política energética e tarifária do governo federal

Pressão no orçamento das famílias

Com a moradia respondendo por uma parcela cada vez maior do orçamento doméstico, famílias de baixa renda estão entre as mais afetadas. O aumento no custo da energia impacta não só as despesas diretas, mas também eleva custos de produção e distribuição de bens essenciais, gerando efeito cascata na inflação geral.

Especialistas alertam que, sem uma revisão no modelo tarifário e maior diversificação da matriz energética, o país pode enfrentar novos picos de preços nos próximos meses.

Contexto político e econômico

A disparada dos custos de moradia ocorre em meio a um cenário de pressão fiscal e perda de poder de compra, especialmente nas grandes cidades. O tema deve intensificar o embate entre governo e oposição no Congresso, com críticas voltadas à condução da política energética e às bandeiras tarifárias.