Violência armada atinge 85% dos bairros de Salvador em 2025
Disputas entre facções e mercado de drogas contribuem para aumento de tiroteios na capital baiana, segundo especialistas
Por: Redação
18/09/2025 às 12:44

Foto: Reprodução
A violência armada se tornou uma realidade constante para os soteropolitanos, independentemente da região em que vivem. Dados do Instituto Fogo Cruzado mostram que, entre janeiro e agosto de 2025, 146 bairros de Salvador registraram trocas de tiros, o que corresponde a 85,38% do total de logradouros da cidade.
Os bairros Tancredo Neves, Lobato e Mussurunga lideram o ranking de tiroteios, com média superior a 25 confrontos cada. Tancredo Neves, em particular, contabilizou cerca de 29 tiroteios até a última quarta-feira (17). Federação e Fazenda Coutos completam o top 5. Ao todo, a cidade registrou 856 tiroteios, resultando em 647 mortes e 188 feridos.
Em contraste, 25 bairros não registraram confrontos neste ano, entre eles Alto das Pombas, Amaralina, Pituaçu, Stiep e Vitória, áreas que anteriormente figuravam entre as mais afetadas pela violência armada.
Para o integrante da Rede de Observatórios da Segurança na Bahia, Dudu Ribeiro, fatores como disputa pelo mercado de drogas e armas, presença policial nas comunidades e decisões administrativas sobre investimentos em segurança impactam diretamente os números. “A violência armada está espalhada de forma crônica, sobretudo nos bairros periféricos e de maior vulnerabilidade social”, afirma.
O especialista em segurança pública e professor da UFBA, Horácio Hastenreiter, aponta que a dinâmica da violência está ligada à atuação de facções criminosas e à disputa territorial entre grupos. “Quando um grupo consolida o poder em determinada região, a população sofre menos com conflitos internos. São Paulo, por exemplo, teve queda significativa de homicídios quando uma facção se tornou dominante”, explica.
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