Ato convocado por Boulos enfrenta críticas por baixa adesão na Praça da República

Neste domingo (7), uma manifestação da esquerda foi organizada na Praça da República, no centro de São Paulo, com a participação do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP), o PT e entidades sindicais. O evento tinha como pauta central a oposição à anistia e clamava pela responsabilização dos envolvidos nos atos de 8 de janeiro.

No entanto, demonstrantes e observadores notaram que a adesão popular foi limitada. Em resposta, nas redes sociais, o deputado estadual Tomé Abduch (Republicanos-SP) ironizou: “A esquerda não conseguiu lotar nem mesmo a Praça da República”. Em imagem compartilhada por ele, a praça — tradicional ponto de mobilização — aparece praticamente vazia, com poucas pessoas ocupando apenas um quarteirão.

Apesar do ambiente modesto, Boulos destacou seu entusiasmo com a mobilização: afirmou ter “visto nossas bandeiras empunhadas” no local. As fotos divulgadas pelos organizadores mostraram símbolos de entidades como o Sindicato dos Trabalhadores na Administração Pública e Autarquias de São Paulo, com presença marcante do vermelho, mas não houve registros de bandeiras nacionais.

Ainda durante o ato, Boulos criticou, sem citar nomes, a apropriação política da data cívica: acusou “canalhas” de terem “sequestrado o 7 de Setembro nos últimos anos”, em declaração feita um dia após o presidente Lula comentar sobre o aumento de discursos de ódio nas redes sociais.

O contraste foi evidente: enquanto o ato de esquerda na Praça da República teve modesta presença, movimentos de direita se preparam para ocupar a Avenida Paulista na tarde desta terça-feira, com o mote “Reaja, Brasil”, sinalizando um novo capítulo na disputa simbólica por ruas e narrativas políticas.