Júnior Friboi diz que Trump recebeu informações “distorcidas” sobre o Brasil

O empresário José Batista Júnior, conhecido como Júnior Friboi, afirmou nesta sexta-feira (31) que o governo do presidente americano Donald Trump recebeu “conversas distorcidas” sobre o Brasil — o que teria contribuído para decisões comerciais desfavoráveis, como a aplicação de tarifas a produtos brasileiros.

Durante o Fórum Lide Brasil Reino Unido, realizado em Londres, Friboi relatou que o irmão, Joesley Batista, e representantes da JBS se reuniram com Trump e apresentaram a visão de que o Brasil é um país pacífico, estratégico e essencial para a América Latina e do Norte. Segundo ele, o republicano “ouviu com toda atenção” e demonstrou concordância com o diagnóstico positivo sobre a relação bilateral.

“Acho que em algumas palavras e conversas que não são compatíveis com a realidade do que estamos passando hoje. [...] O Brasil é um país pacífico, muito importante para a América Latina e também para a América do Norte. O governo americano achou que é isso mesmo”, afirmou Friboi.

O empresário, fundador da JBJ Agropecuária, não citou nomes, mas sugeriu que a atual polarização política e tentativas de setores ligados à esquerda de ‘voltar ao poder’ teriam influenciado o repasse de informações falsas ao governo americano.

“Não digo que enganaram Trump, mas acredito que, por causa da divisão política e das tentativas de retomar o poder, algumas informações equivocadas foram passadas para os Estados Unidos”, declarou.

Friboi também afirmou que, apesar das tarifas impostas por Trump, o episódio teve efeitos positivos, pois abriu novos mercados para produtos brasileiros, como carne bovina e derivados.

“Essas tarifas fizeram com que o mundo procurasse o Brasil. Foi ruim no curto prazo, mas muito bom no médio e longo prazo”, disse o empresário.

O evento em Londres reuniu nomes de peso da política e da economia, como o ex-presidente Michel Temer, o ex-chefe do Banco Central Roberto Campos Neto e parlamentares de diferentes partidos. A fala de Friboi foi interpretada como um alerta sobre o impacto da desinformação ideológica nas relações internacionais e como uma defesa indireta da diplomacia independente conduzida por Trump, que prioriza acordos bilaterais baseados em resultados, e não em alinhamentos políticos.