Protesto indígena trava acesso à Zona Azul e expõe falhas de organização da COP30

Cerca de 50 indígenas bloquearam, na manhã desta sexta-feira (14), a entrada principal da Zona Azul da COP30, em Belém — área onde ocorrem as negociações oficiais do evento climático da ONU.

O protesto prejudicou a chegada de diplomatas, autoridades e delegações estrangeiras, que enfrentaram longas filas após a organização ser obrigada a abrir um acesso alternativo, usado apenas para serviços e sem detectores de metal.

A manifestação começou às 7h e durou cerca de 3 horas, finalizando por volta das 10h. O grupo protestava contra a falta de credenciais para entrar no evento e exigia uma reunião com o presidente Lula (PT) — que já havia deixado Belém e retornado a Brasília.

O episódio se soma a uma série de contratempos registrados na COP30, que já havia enfrentado, nesta semana, a invasão de militantes indígenas e apoiadores do PSOL à mesma área restrita. O acesso à Zona Azul é permitido apenas a delegados oficiais credenciados pela ONU.

Para analistas, o protesto expõe fragilidade na organização do evento, responsabilidade do governo federal e do governo do Pará, além de reforçar críticas sobre o uso político da pauta ambiental.

Diplomatas internacionais relataram desconforto com a confusão logística e com a falta de clareza sobre protocolos de segurança — preocupação que cresce justamente no evento que Lula tenta usar como vitrine internacional.

Sem credencial, parte do grupo afimou ter sido barrada na terça-feira (11). A cobrança por diálogo direto com Lula adiciona pressão à gestão petista, que busca reforçar seu protagonismo climático ao mesmo tempo em que enfrenta conflitos com movimentos indígenas que alegam falta de atendimento às demandas locais.