André Mendonça reage à inclusão de Silas Malafaia em inquérito e alerta para ataque à liberdade religiosa

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça, indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e conhecido por sua atuação em defesa de pautas conservadoras e da liberdade religiosa, reagiu à inclusão do pastor Silas Malafaia como investigado em um inquérito da Polícia Federal. A medida faz parte de investigação conduzida pelo ministro Alexandre de Moraes que também atinge Bolsonaro, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o jornalista Paulo Figueiredo.

Horas após a notícia se tornar pública, na quinta-feira (14), Mendonça telefonou para o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e para o decano do STF, Gilmar Mendes. Segundo relatos, o ministro advertiu que a criminalização de manifestações de fé e opinião ameaça direitos constitucionais e pode aprofundar a crise entre o Supremo e a comunidade evangélica.

No diálogo com Motta, Mendonça ainda destacou que a reação da bancada evangélica no Congresso pode aumentar a pressão sobre o Legislativo, caso não haja freio em investigações desse tipo. O ministro também teria a intenção de conversar com o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, para tratar do assunto.

A inclusão de Malafaia no inquérito decorre de apurações sobre supostas articulações para buscar sanções internacionais contra autoridades brasileiras. Aliados do pastor negam qualquer irregularidade e afirmam que ele tem exercido apenas seu direito à liberdade de expressão e de opinião política.

Mendonça, porém, evitou procurar diretamente Alexandre de Moraes, relator do caso, devido ao histórico de atritos entre ambos. Para líderes evangélicos, a investigação contra Malafaia representa mais um capítulo da ofensiva judicial contra vozes conservadoras no Brasil.