
EUA avaliam devolver visto a Edson Fachin e isolar Alexandre de Moraes
Reaproximação é vista como gesto político do governo Trump; entre os ministros, apenas Mendonça, Nunes Marques e Fux mantiveram vistos
Por: Redação
15/08/2025 às 19:26

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
O governo de Donald Trump estuda reativar o visto do ministro Edson Fachin, eleito na última quarta-feira (13) para presidir o Supremo Tribunal Federal a partir de 28 de setembro, por um mandato de dois anos. A medida, segundo fontes, foi discutida em reunião entre integrantes do Departamento de Estado norte-americano, o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o jornalista Paulo Figueiredo.
A iniciativa é interpretada como um aceno político ao futuro chefe da Corte e, ao mesmo tempo, como uma estratégia para isolar o atual vice-presidente, Alexandre de Moraes, visto em Washington como figura central nas tensões institucionais com o Brasil.
Na avaliação de autoridades americanas, Fachin não teria adotado postura de confronto com os Estados Unidos. Diferente de Moraes, ele não defendeu a derrubada da rede social X (antigo Twitter) no Brasil nem o bloqueio em massa de perfis de críticos do governo e do Judiciário.
Fachin só entrou na lista de ministros com visto suspenso devido a seu voto, em 2020, a favor da constitucionalidade do inquérito das Fake News, relatado por Moraes, e pela extinção de ações que contestavam a abertura da investigação.
Atualmente, entre os 11 ministros do STF, apenas André Mendonça, Kassio Nunes Marques e Luiz Fux mantêm seus vistos válidos para entrada nos EUA. Os demais — incluindo Luís Roberto Barroso, Gilmar Mendes, Flávio Dino, Cármen Lúcia, Dias Toffoli e Cristiano Zanin — tiveram o documento revogado pelo governo norte-americano.
Além dos ministros, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, também está na lista de autoridades brasileiras que perderam o visto.
Para analistas políticos, a decisão de Trump de reativar o visto de Fachin pode sinalizar um reposicionamento estratégico de Washington na relação com a Suprema Corte brasileira, favorecendo vozes menos alinhadas à agenda de censura e controle das redes sociais.
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