
Início
/
Notícias
/
Brasil
/
Com esparadrapos na boca, oposição ocupa Mesa da Câmara por anistia e equilíbrio entre os Poderes
Com esparadrapos na boca, oposição ocupa Mesa da Câmara por anistia e equilíbrio entre os Poderes
Deputados protestam contra prisão de Bolsonaro e cobram resposta institucional para pacificar o país
Por: Redação
05/08/2025 às 16:09

Foto: José Cruz/Agência Brasil
Em uma manifestação simbólica e inédita, parlamentares da oposição ocuparam nesta terça-feira (5) a Mesa Diretora da Câmara dos Deputados com esparadrapos na boca, em protesto contra a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e em defesa da liberdade de expressão e da pacificação nacional.
O movimento reúne cerca de 15 deputados, principalmente do Partido Liberal (PL), e visa pressionar os presidentes da Câmara e do Senado a se posicionarem diante do que os parlamentares classificam como uma escalada autoritária por parte do Supremo Tribunal Federal (STF), especialmente do ministro Alexandre de Moraes.
"Não sairemos daqui até que os presidentes de ambas as Casas busquem uma solução para pacificar o Brasil", afirmou o líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ). Segundo ele, o protesto é pacífico, mas contundente, e reflete a insatisfação crescente de parte da população com a politização da Justiça e a criminalização de opositores.
Pacote da paz: oposição cobra reação do Congresso
A ação faz parte do chamado “pacote da paz”, apresentado por parlamentares da oposição como um caminho institucional para restabelecer o equilíbrio entre os Três Poderes. Entre os pontos centrais da pauta estão:
- Anistia ampla, geral e irrestrita aos envolvidos no 8 de Janeiro;
- Impeachment do ministro Alexandre de Moraes, por abusos reiterados de autoridade;
- Fim do foro privilegiado, por meio de uma proposta de emenda à Constituição (PEC).
O gesto de silêncio com esparadrapo na boca simboliza, segundo os manifestantes, a tentativa de calar as vozes dissonantes no Brasil. Os deputados afirmam que permanecerão ocupando as cadeiras da Mesa Diretora da Câmara e, eventualmente, do Senado, até que suas reivindicações avancem no Legislativo.
A oposição deixou claro: se não houver avanço nas pautas propostas, não haverá votação de outras matérias nas Casas Legislativas. A ocupação é também uma forma de impedir o funcionamento do Plenário, uma medida extrema adotada diante da ausência de diálogo institucional e da escalada de decisões judiciais com viés político.
Para os parlamentares, o momento exige coragem e firmeza do Congresso. “Não podemos mais assistir passivamente à deterioração da liberdade, da segurança jurídica e da democracia representativa”, afirmou um dos deputados envolvidos na ação.
A mobilização ocorre no mesmo dia em que a Procuradoria-Geral da República (PGR) emitiu parecer favorável à soltura de Daniel Silveira e em meio à crescente pressão popular por um reequilíbrio entre os poderes.
Veja mais em >>> Rede Comunica Brasil