Lula afirma que não comprará apoio político e rejeita “chantagem” partidária

Ao participar de evento de entrega de unidades habitacionais no Maranhão, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou nesta terça-feira (7) que não pretende recorrer a barganhas políticas para manter apoio no Congresso. Em discurso, ele afirmou: “Não sou daqueles que ficam tentando comprar deputado”.

O tom da fala marca uma tentativa de projetar uma imagem de governante independente das pressões típicas do Centrão e de alianças condicionadas por cargos ou favores. “Vai ficar comigo quem quiser; quem quiser ir para o outro lado, que vá”, disse Lula, sugerindo que não negociará o apoio de aliados com base em recompensas partidárias ou distribuição de benefícios.

A declaração acontece em um momento de turbulência política: o governo enfrenta resistência crescente no Congresso, especialmente depois da derrota da MP do IOF, quando aliados e partidos da base votaram contra medida considerada estratégica para o ajuste fiscal.

Analistas interpretam a fala de Lula como resposta a críticas de que estaria recorrendo a práticas tradicionais de fisiologismo político — troca de apoios por cargos públicos, emendas e outras concessões — para assegurar sua governabilidade. Com isso, o presidente tenta reforçar um discurso de independência partidária e moralização política, especialmente em um cenário onde costuras nos bastidores têm sido alvo de forte atenção pública.