Lula diz que é “muito difícil alguém ganhar” do governo em 2026

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta terça-feira (7) que considera “muito difícil alguém ganhar” do atual governo nas eleições presidenciais de 2026. A declaração foi dada em entrevista à TV Mirante, afiliada da Rede Globo no Maranhão, durante agenda oficial no estado.

“Se a gente brincar em serviço, a gente termina dando para os adversários a chance de ganhar que eles não têm hoje. É muito difícil alguém ganhar as eleições de nós em 2026”, disse Lula, demonstrando otimismo em relação à disputa eleitoral.

A fala foi interpretada como um recado de força política num momento em que o governo enfrenta dificuldades para manter sua base de apoio no Congresso e índices de aprovação estáveis nas pesquisas.

O presidente também afirmou que não pretende pedir apoio a partidos para disputar a reeleição, o que foi lido como uma mensagem direta a legendas como União Brasil e Progressistas (PP) — que deixaram a base governista, embora ainda ocupem ministérios.

“Quando chegar a época das eleições, cada um vai para o canto que quiser. Eu não vou implorar para nenhum partido estar comigo. Vai estar comigo quem quiser estar comigo”, afirmou o petista.

Durante a entrevista, o presidente voltou a atacar a direita, em especial o grupo político ligado ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), classificando-o como “extrema-direita”.

“Eu não sou daqueles que ficam tentando comprar deputado, não. Quem quiser ir para o outro lado que vá e que tenha sorte, porque nós temos certeza de uma coisa: a extrema-direita não voltará a governar esse país”, concluiu.

A declaração provocou reação entre parlamentares conservadores, que consideraram o tom eleitoral e provocativo, especialmente em um momento em que o governo busca recompor alianças com o centro político para aprovar pautas econômicas no Congresso.

A declaração reforça a estratégia de Lula de centralizar a narrativa da campanha em sua própria figura, evitando a dependência de acordos políticos amplos — movimento semelhante ao de sua campanha de 2022, mas que agora ocorre sob um cenário de maior desgaste econômico e polarização ideológica.