Senado dos EUA aprova fim de tarifaço de Trump contra o Brasil
Medida representa derrota simbólica para Trump, mas ainda precisa passar pela Câmara — controlada por republicanos
Por: Redação
28/10/2025 às 23:27

Foto: Ricardo Stuckert
O Senado dos Estados Unidos aprovou na noite desta terça-feira (28/10), por 52 votos a 48, um projeto de lei que revoga as tarifas impostas ao Brasil pelo presidente Donald Trump. A medida ainda precisa passar pela Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, onde deve enfrentar resistência da base republicana.
O texto, apresentado pelo senador democrata Tim Kaine, busca encerrar o estado de emergência nacional declarado por Trump em julho deste ano, que foi usado como justificativa para impor tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros. Na época, o republicano afirmou que a decisão era uma resposta à “caça às bruxas” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado pelo Supremo Tribunal Federal por tentativa de golpe.
Cinco republicanos — Mitch McConnell, Thom Tillis, Rand Paul, Lisa Murkowski e Susan Collins — votaram junto aos democratas, sinalizando uma rara aliança bipartidária. Para Kaine, a decisão tem forte peso político: “Essas tarifas são destrutivas para a economia e para as relações comerciais com parceiros históricos dos Estados Unidos, como o Brasil”.
Resistência na Câmara
Apesar da vitória no Senado, analistas políticos afirmam que a proposta terá dificuldade para avançar na Câmara, controlada pelos republicanos e com novas regras que permitem à liderança barrar a tramitação de projetos. Isso torna incerto o futuro da revogação das tarifas, que impactam diretamente setores produtivos brasileiros — especialmente o agronegócio e a indústria.
Lula e Trump se reuniram no fim de semana
A votação ocorre dois dias após o encontro entre Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, em Kuala Lumpur, onde discutiram, entre outros temas, as tarifas e as relações bilaterais. Lula usou a reunião para criticar Bolsonaro e defender as instituições brasileiras, enquanto Trump evitou polemizar, preferindo enfatizar “bons negócios” entre os países.
A Casa Branca publicou uma nota após a reunião: “É uma grande honra estar com o presidente do Brasil… Acho que conseguiremos fechar bons negócios para ambos os países… Sempre tivemos um bom relacionamento, acho que continuará assim”.
Com a aproximação das eleições presidenciais norte-americanas, o tema comercial com o Brasil pode ganhar ainda mais destaque — especialmente no meio rural, setor estratégico para a base eleitoral republicana e também importante para a economia brasileira.
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