TST gasta R$ 1,5 milhão em sala VIP no aeroporto de Brasília para ministros

Em meio a um cenário de dificuldades econômicas para milhões de brasileiros e discussões sobre o equilíbrio dos gastos públicos, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) aprovou o uso de mais de R$ 1,5 milhão em recursos públicos para garantir conforto e exclusividade a seus 27 ministros no aeroporto de Brasília.

A estrutura inclui uma sala VIP de 44 metros quadrados com piso de granito, copa, banheiros exclusivos e acesso restrito. A justificativa do tribunal para a medida é a segurança das autoridades e a necessidade de evitar o contato com “pessoas inconvenientes”.

O espaço foi alugado por R$ 30 mil mensais, com mais de R$ 2,6 mil em despesas operacionais do aeroporto. A obra, que deve ser concluída em agosto, custa R$ 85 mil. Ainda estão previstas regalias como carro privativo (R$ 144 por deslocamento) e acompanhamento individual de funcionários do aeroporto (R$ 284 por atendimento). Cada ministro terá direito ao serviço mesmo em viagens pessoais, e o contrato exige pelo menos 50 atendimentos mensais.

A medida segue modelo já adotado pelo STF e STJ, mas chama atenção pelo momento em que ocorre e pelos valores envolvidos. Em dezembro de 2024, os ministros do TST receberam salários líquidos médios de R$ 357 mil — bem acima do teto constitucional de R$ 46,4 mil — com base em verbas acumuladas e benefícios legais.

O contrato para a construção da sala foi firmado sem licitação, com a mesma empresa que cuida das salas VIP para o público pagante. O tribunal alegou que a dispensa seguiu os limites legais e que houve consulta a três fornecedores.