TST mantém contrato milionário para serviços em apartamentos de ministros
De troca de lâmpadas a instalação de quadros, corte trabalhista gasta R$ 8,6 milhões ao ano com tarefas que vão além da manutenção predial
Por: Redação
06/09/2025 às 08:37

Foto: Divulgação/TST
O Tribunal Superior do Trabalho (TST) mantém um contrato de R$ 8,6 milhões anuais para manutenção predial, mas o serviço prestado vai muito além da rotina comum de consertos em imóveis funcionais. Ministros da corte acionam a empresa contratada não apenas para resolver problemas hidráulicos e elétricos, mas também para tarefas domésticas como trocar lâmpadas, pendurar quadros, instalar televisores e até ajustar móveis.
Em casos específicos, a empresa Renovar Engenharia chegou a atender residências particulares. Foi o que ocorreu na casa do ministro Alexandre Luiz Ramos, em janeiro deste ano, onde a equipe realizou reparos em um cabo de rede. O tribunal justificou a ação alegando necessidade de garantir acesso remoto seguro aos sistemas internos.
Desde o início de 2023, a Renovar já recebeu R$ 15,7 milhões do TST. Só em 2024, foram R$ 6,38 milhões, e até agora em 2025 os repasses somam R$ 3,3 milhões. O contrato, firmado em 2022, já passou por onze aditivos e tem validade até abril de 2026.
Ao todo, o TST administra 15 imóveis funcionais localizados em áreas valorizadas de Brasília. Dos 27 ministros, apenas 15 residem nesses apartamentos. Os demais não recebem qualquer benefício, exceto um que tem direito a auxílio-moradia de R$ 4,3 mil.
Os serviços listados nos registros incluem desde a instalação de eletrodomésticos até a colocação de varais. Em maio deste ano, por exemplo, um ministro solicitou dois estivadores para mover uma cama de quarto. Outro pediu a troca das lâmpadas brancas por amarelas. Em agosto, um apartamento recebeu quadros instalados por funcionários da empresa.
As despesas com imóveis não são as únicas polêmicas recentes da corte. O TST também contratou, por R$ 1,5 milhão anuais, uma sala VIP exclusiva no aeroporto de Brasília. Além disso, gastou R$ 10,3 milhões na compra de sedãs híbridos de luxo da marca Lexus para uso dos ministros.
Embora se apresente como o “tribunal da justiça social”, a corte trabalhista mantém gastos milionários com benefícios de difícil justificativa em meio a um país que enfrenta sérios desafios fiscais.
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