
Foto: Lula Marques / Agencia Brasil
As ações dos principais bancos brasileiros registraram forte queda nesta terça-feira (19), refletindo a preocupação dos investidores com os efeitos da aplicação da Lei Magnitsky no Brasil. O Banco do Brasil liderou as perdas, com desvalorização próxima de 4%, enquanto Itaú Unibanco, Bradesco, Santander Brasil e BTG Pactual recuaram mais de 3% ao longo do dia.
O temor no mercado gira em torno da possibilidade de que instituições financeiras brasileiras, por operarem também no sistema global, sejam pressionadas a cumprir sanções determinadas pelos Estados Unidos, que incluem congelamento de bens e restrição de acesso a pessoas punidas, como o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes.
A determinação recente do ministro Flávio Dino reforçou que medidas estrangeiras não têm validade automática no país sem homologação judicial. A decisão foi vista como uma tentativa de blindar o sistema financeiro nacional contra ingerências externas, mas, ao mesmo tempo, expôs os bancos a um dilema: seguir a legislação brasileira ou atender a exigências internacionais para evitar punições mais severas.
Economistas têm comparado o cenário ao mito grego da Odisseia, no qual o herói Ulisses precisava atravessar um estreito cercado por monstros dos dois lados. Para eles, os bancos vivem situação semelhante, com riscos significativos em qualquer escolha.
Em nota, o Banco do Brasil afirmou estar preparado para enfrentar questões “complexas e sensíveis” relacionadas à regulamentação global, destacando que cumpre rigorosamente a legislação brasileira e normas internacionais dos mais de 20 países onde atua.
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