Um mês após tarifaço, Lula e Trump permanecem sem contato direto

Neste sábado (9), completou-se um mês desde que os Estados Unidos anunciaram tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros, como café, carne, suco e componentes para transporte. A medida, em vigor desde 6 de julho, impacta fortemente setores estratégicos da economia nacional. Apesar disso, os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump ainda não conversaram sobre o tema.

Lula afirma que não pretende ligar para o líder norte-americano neste momento, alegando que só tomará a iniciativa quando sentir que há disposição para um diálogo respeitoso. O presidente tem reiterado que não irá “se humilhar” para conseguir uma conversa e que, até lá, continuará utilizando canais diplomáticos formais.

Enquanto o contato direto não acontece, o governo brasileiro mantém negociações por meio de autoridades de segundo escalão. O vice-presidente Geraldo Alckmin recebeu o encarregado de negócios dos EUA em Brasília, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deve conversar por videoconferência com o secretário do Tesouro americano.

Lula também classificou as tarifas impostas por Washington como “chantagem inaceitável” e informou que o Brasil buscará alternativas por meio de organismos multilaterais e de articulações no bloco BRICS. Até o momento, não há previsão de um encontro ou telefonema entre os dois presidentes para tratar da crise comercial.