Paquetá será inocentado em caso de apostas, diz imprensa britânica

Depois de mais de um ano de desgaste público, o meia brasileiro Lucas Paquetá finalmente caminha para ser absolvido das acusações de envolvimento com apostas esportivas. A informação é do prestigiado jornal britânico The Times, que antecipou na sexta-feira (25) que a FA (Football Association), entidade que regula o futebol na Inglaterra, deverá isentar o jogador de qualquer irregularidade. A decisão oficial deve sair nesta semana.

Mais do que isso: a federação inglesa, segundo o jornal, assumirá os custos com a defesa do atleta, em uma admissão tácita de que as acusações careciam de consistência jurídica. Os honorários dos advogados ultrapassam os R$ 90 milhões, valor que escancara o nível da exposição e do prejuízo causado ao jogador — que nunca chegou sequer a ser suspenso.

O caso começou em maio de 2024, com uma acusação formal contra Paquetá por suposta violação de regras ligadas a apostas esportivas em quatro jogos do Campeonato Inglês — todos por receber cartões amarelos. Desde o início, porém, o próprio atleta negou veementemente qualquer envolvimento em irregularidades.

“Estou extremamente surpreso e chateado com o fato de a FA ter decidido me acusar. Cooperei com todas as etapas da investigação […] Nego as acusações na íntegra e lutarei com todas as minhas forças para limpar meu nome”, disse à época.

A longa apuração durou mais de um ano e afetou diretamente a carreira do brasileiro, que viu propostas de grandes clubes serem congeladas e sua convocação para a Seleção Brasileira ser suspensa em momentos decisivos.

A possível absolvição de Paquetá reforça a tese de que jogadores sul-americanos — especialmente os brasileiros — têm sido alvos recorrentes de julgamentos precipitados no futebol europeu. Em muitos casos, a presunção de culpa substitui o devido processo legal, com atletas tendo sua imagem destruída antes mesmo da apuração dos fatos.

A decisão da FA de bancar a defesa é simbólica: reconhece que errou, e muito. Resta saber quem repara os danos à imagem, à carreira e à dignidade de um profissional que foi julgado pela opinião pública antes mesmo de qualquer prova concreta surgir.