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Argentina inicia novo ciclo parlamentar com Milei fortalecido e pronto para avançar reformas profundas
Argentina inicia novo ciclo parlamentar com Milei fortalecido e pronto para avançar reformas profundas
Presidente amplia base no Congresso, torna-se primeira minoria na Câmara e se aproxima de um terço do Senado — cenário isola peronismo e abre espaço para agenda liberal
Por: Redação
09/12/2025 às 10:56

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
A Argentina abriu, nesta quarta-feira (10), um novo ciclo parlamentar marcado pelo fortalecimento político de Javier Milei, que chega à segunda metade de seu mandato com mais poder no Congresso e apoio ampliado após as eleições legislativas de outubro. O avanço da coalizão La Libertad Avanza (LLA) reposiciona o governo como força central no debate legislativo e representa um revés significativo para o peronismo, historicamente dominante no país.
Segundo a Gazeta do Povo, LLA conquistou mais de 40% dos votos e ampliou sua representação nas duas casas, avançando tanto pelas urnas quanto pela migração de parlamentares de outros partidos, atraídos pelo peso político de Milei e pelo apelo de suas reformas econômicas.
Na Câmara dos Deputados, Milei passa a contar com 95 assentos, superando o peronismo, que caiu para 93 após deserções internas. Isso garante ao governo a posição de primeira minoria, condição decisiva para comandar a maioria das comissões — espaço onde pareceres são definidos e projetos ganham velocidade ou são bloqueados.
O cientista político Pablo Salinas, citado na reportagem, observa que essa conquista dá a Milei protagonismo na pauta legislativa:
“A primeira minoria permitirá que o Governo tenha mais comissões que o resto, a presidência delas e mais membros na sua formação.”
Mesmo partidos médios e pequenos, com exceção da esquerda, mostram-se alinhados ao governo ou predispostos a negociar, compondo o que analistas chamam de “oposição amigável”.
Na Câmara Alta, o peronismo conserva 24 das 72 cadeiras, mas não alcança o quorum de 37 senadores. Já Milei chega a 20 assentos, quatro abaixo do terço necessário para blindar seus vetos presidenciais, um marco que reforçaria ainda mais sua governabilidade.
Apesar de ainda depender de negociações, a nova correlação de forças deixa Milei mais confortável do que no início do mandato, quando seu partido tinha apenas seis cadeiras no Senado.
O peronismo e partidos tradicionais — como a União Cívica Radical e o enfraquecido PRO, de Mauricio Macri — chegam ao novo ciclo divididos e sem capacidade de formar um bloco sólido de contenção. Para Salinas:
“Nesta segunda parte da gestão, Milei será bastante folgado no Congresso, porque cresceu em volume e porque o resto da oposição está fragmentada.”
Isso cria condições para o avanço de reformas estruturais defendidas pelo governo, como:
flexibilização trabalhista,
simplificação tributária,
cortes de gastos,
racionalização do Estado,
e medidas para atrair investimento internacional.
A consolidação da força parlamentar de Milei ocorre apenas quatro anos após a criação de sua legenda, um fenômeno raro na política argentina. O resultado eleitoral reflete aprovação significativa à agenda de austeridade, privatizações e combate ao déficit fiscal — postura que contrasta com o histórico intervencionista peronista.
Com um Congresso remodelado e a oposição enfraquecida, Milei inicia sua segunda metade de mandato com um capital político que, se bem administrado, pode redefinir estruturalmente a economia argentina e reposicionar o país no cenário internacional.
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