Parlamento francês congela reforma da Previdência e impõe novo revés a Macron
Maioria dos deputados barra avanço do projeto que elevaria idade mínima de aposentadoria; crise política se agrava e governo luta para sobreviver
Por: Redação
13/11/2025 às 09:14

Foto: FABIO RODRIGUES-POZZEBOM/ AGÊNCIA BRASIL
A crise no governo do presidente Emmanuel Macron ganhou mais um capítulo nesta quarta-feira (12). O Parlamento da França votou pelo congelamento da reforma previdenciária, uma das principais bandeiras do atual mandato, impondo um duro golpe à já fragilizada governabilidade do presidente.
A medida — aprovada por 255 votos a 146 — impede o avanço da proposta que elevaria a idade mínima de aposentadoria de 62 para 64 anos. Na prática, o congelamento mantém a idade em 62 anos e nove meses até o fim de 2027, justamente quando ocorrem as próximas eleições presidenciais.
O resultado expõe a grave erosão política que atinge Macron desde 2023, quando o governo começou a implementar a reforma unilateralmente, enfrentando protestos massivos nas ruas e a rejeição crescente da Assembleia Nacional.
Governo sem apoio e derrotas sucessivas
O congelamento do projeto foi uma exigência do Partido Socialista para garantir apoio ao novo primeiro-ministro, Sébastian Lecornu, que chegou a renunciar apenas 26 dias após assumir o cargo, símbolo do caos político que atinge o Palácio do Eliseu.
O partido de Macron, o Renascimento, optou por se abster na votação, em uma tentativa de evitar um colapso imediato do governo. A abstenção, porém, evidenciou o isolamento do presidente e a dificuldade em construir maioria.
Enquanto a França enfrenta um déficit público de 170 bilhões de euros — 5,6% do PIB — o governo assiste impotente ao avanço de forças oposicionistas, especialmente as de centro-direita e direita, que criticam Macron por enfraquecer a economia, dividir o país e governar sem respaldo popular.
Com o congelamento da reforma, Macron acumula mais um revés em um mandato marcado por impasses, renúncias, protestos e queda de apoio. Analistas apontam que a decisão do Parlamento abre espaço para uma guinada política na França, sobretudo com o fortalecimento de partidos que defendem reformas mais duras e maior responsabilidade fiscal.
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