Primeiro-ministro da França renuncia após menos de um mês no cargo
Ex-ministro da Defesa deixa o governo de Emmanuel Macron em meio a crise política e instabilidade no Parlamento francês
Por: Redação
06/10/2025 às 09:09

Foto: Alain Jocard
O primeiro-ministro da França, Sébastien Lecornu, renunciou nesta segunda-feira (6), apenas poucas horas depois de anunciar seu novo gabinete, aprofundando a crise política que atinge o governo do presidente Emmanuel Macron.
Em comunicado oficial, o Palácio do Eliseu confirmou que Macron aceitou o pedido de demissão. “O Sr. Sébastien Lecornu apresentou a renúncia de seu governo ao Presidente da República, que a aceitou”, informou a nota.
Lecornu havia assumido o cargo em 10 de setembro, tornando-se o quinto premiê do segundo mandato de Macron. Ele substituiu François Bayrou, destituído após perder uma votação parlamentar em 8 de setembro. A escolha de Lecornu, um aliado próximo do presidente, buscava estabilizar o governo em meio à fragmentação política que vem marcando a França desde 2022.
No entanto, a nomeação de seu novo gabinete, anunciada no domingo (5), irritou tanto opositores quanto aliados. O partido de direita Reagrupamento Nacional, liderado por Jordan Bardella, reagiu imediatamente e pediu que Macron convoque eleições legislativas antecipadas.
“Não pode haver retorno à estabilidade sem o retorno às urnas e a dissolução da Assembleia Nacional”, declarou Bardella nas redes sociais.
A França vive um cenário de instabilidade política crônica, com um Parlamento profundamente dividido e sem maioria clara. Desde que Macron foi reeleito, em 2022, o país enfrenta dificuldades para aprovar reformas estruturais, e a recente tentativa de reorganizar o governo apenas agravou a crise.
Analistas políticos apontam que a queda de Lecornu reflete a fragilidade da coalizão centrista de Macron e o avanço das forças populistas à direita e à esquerda. A expectativa agora é que o presidente busque um nome de consenso para evitar novas derrotas no Parlamento — tarefa considerada cada vez mais difícil diante da polarização política.
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