Trump anuncia movimento para eliminar voto por correio e máquinas de votação nos EUA

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta segunda-feira (18) que pretende liderar um “movimento nacional” para acabar com o voto por correio e com as atuais máquinas de votação eletrônica utilizadas em parte do país. A medida, segundo ele, busca “trazer legitimidade” às eleições legislativas de 2026.

Em publicação na Truth Social, Trump afirmou que assinará um decreto para iniciar o processo. “Eu vou liderar um movimento para acabar com as cédulas pelo correio e também, já que estamos nisso, com as máquinas de votação altamente ‘imprecisas’, muito caras e seriamente controversas, que custam dez vezes mais do que o sofisticado e preciso papel com marca d’água, que é mais rápido e não deixa dúvida, ao final da noite, sobre quem ganhou e quem perdeu a eleição”, escreveu.

O republicano reforçou críticas recorrentes ao sistema eleitoral norte-americano, alegando que o voto por correspondência abre brechas para fraude. “As eleições nunca podem ser legítimas com cédulas pelo correio, e todos, em particular os democratas, sabem disso. Eu, e o Partido Republicano, vamos lutar com todas as forças para trazer honestidade e integridade de volta às nossas eleições”, declarou.

Trump também sustentou que os estados atuam como “agentes” do governo federal na contagem de votos e devem seguir as diretrizes presidenciais. A Constituição, no entanto, atribui aos legislativos estaduais a definição sobre a condução das eleições, cabendo ao Congresso regulamentar aspectos específicos. Especialistas apontam que qualquer decreto do tipo enfrentará forte contestação judicial.

O tema ganhou força após Trump se reunir com o presidente russo, Vladimir Putin, no Alasca. À Fox News, o republicano relatou que o líder russo teria considerado impossível realizar uma eleição honesta com voto por correspondência. “Vladimir Putin, cara esperto, disse que você não pode ter uma eleição honesta com voto pelo correio”, relatou Trump.

Apesar da fala, a Rússia adota modalidade de voto por correspondência — embora a eleição presidencial de 2024 no país tenha sido amplamente criticada por democracias ocidentais, que a classificaram como nem livre nem justa.