Trump endurece discurso e ameaça atacar países que enviam drogas aos EUA

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, elevou o tom nesta terça-feira (2) e declarou que países que produzem e enviam drogas ao mercado norte-americano poderão ser alvos militares diretos. A fala ocorreu em reunião na Casa Branca com membros de seu gabinete.

Trump citou nominalmente a Colômbia, afirmando que o país mantém “fábricas de cocaína” destinadas aos Estados Unidos. “Qualquer um que esteja fazendo isso e vendendo para dentro do nosso país está sujeito a ataque, não só a Venezuela”, declarou.

O alerta ocorre enquanto o governo norte-americano mobiliza, desde setembro, um amplo aparato militar no Caribe, oficialmente para combater o tráfico internacional de drogas. Em operações recentes, embarcações — especialmente venezuelanas — foram bombardeadas, e a vigilância sobre rotas marítimas foi ampliada.

Segundo o Relatório Mundial sobre Drogas da ONU de 2025, a maior parte da cocaína que chega aos EUA tem origem em Colômbia, Peru e Bolívia. Já o fentanil, responsável por 70% das overdoses em 2023, parte majoritariamente do México.

A postura de Trump contrasta com a condescendência adotada por administrações anteriores diante do avanço do narcotráfico, fenômeno que devastou comunidades americanas e fortaleceu cartéis transnacionais. Em outubro, o presidente já havia classificado o colombiano Gustavo Petro como “traficante de drogas ilegal”, acusando-o de incentivar a produção maciça de entorpecentes.

Ao endurecer a política antidrogas, Trump pressiona diretamente os governos da região e envia um recado claro: quem lucra com a destruição de famílias americanas não terá mais tolerância diplomática.

A escalada pode redefinir relações internacionais no continente e sinaliza que Washington está disposto a agir militarmente para sufocar cartéis e regimes que acobertam o tráfico.