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TCU aponta caos na Bahia: 926 obras paradas e R$ 1,5 bilhão já investidos sem conclusão

TCU aponta caos na Bahia: 926 obras paradas e R$ 1,5 bilhão já investidos sem conclusão

Educação, saúde e infraestrutura lideram lista de projetos abandonados; UFBA tem obras travadas há 15 anos e BR-116 soma quase R$ 300 milhões gastos sem entrega

Por: Redação

18/11/2025 às 07:48

Imagem de TCU aponta caos na Bahia: 926 obras paradas e R$ 1,5 bilhão já investidos sem conclusão

Foto: Ascom/Conder

A Bahia vive um dos maiores escândalos de ineficiência administrativa do país. Dados do Painel de Acompanhamento de Obras Paralisadas, do TCU, revelam que 926 das 1.770 obras em andamento no estado estão paradas — quase metade de todos os empreendimentos. Juntas, essas obras receberam R$ 1,5 bilhão dos cofres públicos e ainda assim não foram concluídas.

O levantamento mais recente, atualizado anualmente, expõe um retrato preocupante do atraso estrutural que afeta áreas essenciais como educação, saúde, mobilidade urbana e infraestrutura federal.

Entre as obras com maior impacto financeiro está a duplicação e requalificação da BR-116, que deveria ampliar a capacidade da rodovia. O projeto, orçado em R$ 297 milhões, já recebeu R$ 263,1 milhões — mas continua parado, sem justificativa pública registrada no sistema do TCU.

 

Educação básica é o setor mais afetado

O segmento com maior número de obras travadas é a educação básica, com 412 construções paralisadas. São escolas e creches que deveriam beneficiar municípios de todo o estado, exigindo investimentos de R$ 508,3 milhões.

 

Desses, R$ 215 milhões já foram liberados, mas boa parte não teve execução por:

  • falta de capacidade técnica dos gestores;
  • abandono de empresas contratadas;
  • irregularidades administrativas;
  • falhas na gestão municipal e estadual.

 

UFBA tem obras abandonadas há 15 anos

Na educação superior, a situação é igualmente crítica: 12 obras federais estão paradas, totalizando R$ 8,8 milhões repassados.

A UFBA é o caso mais grave: nove obras travadas há 15 anos, incluindo:

  • nova biblioteca da FFCH;
  • prédio anexo da Escola Politécnica;
  • sede da Escola de Música;
  • complexo do IHAC;
  • sede do Instituto de Ciência da Informação.

Somente esses projetos consumiram R$ 36,1 milhões sem que nenhum tenha sido concluído.

Mesmo após receber R$ 62 milhões do novo PAC universitário, a universidade prevê apenas completar parte do que foi iniciado, revelando a dimensão do atraso acumulado.

 

Saúde tem 264 obras paradas na Bahia

Outro setor crítico é o da saúde, com 264 obras paralisadas e investimento de R$ 63,2 milhões — incluem-se:

  • unidades básicas de saúde;
  • centros de reabilitação;
  • hospitais;
  • CAPS;
  • academias de saúde.

 

Uma auditoria do TCU analisou 23 unidades em sete estados, incluindo a Bahia, investigando se:

  • foram concluídas,
  • têm pessoal suficiente,
  • funcionam dentro das normas,
  • e empregaram corretamente o dinheiro federal.

 

Infraestrutura urbana sofre com abandono

Na mobilidade urbana e infraestrutura, 111 obras estão paradas, somando R$ 82,9 milhões de recursos federais repassados por ministérios como:

  • Cidades,
  • Integração e Desenvolvimento Regional,
  • Agricultura,
  • Esporte.

TCU aponta má gestão, planejamento deficiente e desperdício estrutural

 

Relatórios anteriores do TCU, como o de 2018, já alertavam que o principal problema das obras brasileiras — e baianas — é o mau planejamento. Entre as falhas apontadas:

  • projetos básicos deficientes;
  • falta de contrapartida financeira;
  • baixa capacidade técnica das equipes;
  • descumprimento contratual;
  • abandono por empresas.

O TCU reforça que obras paradas causam prejuízo contínuo ao Estado e à população, seja pela deterioração, pelas intervenções já feitas sem uso, ou pela ausência do serviço público que deveria ter sido entregue.

 

Especialistas apontam falta de recursos e má administração pública

O consultor e ex-prefeito Antonio Pimentel, especialista em gestão pública, associa o cenário ao excesso de gastos federais e à incapacidade de execução dos governos:

“Eles ampliaram demais os programas e já não conseguem mais arrecadar impostos do leque de contribuintes que têm. No início do Plano Real, tínhamos 23% de inflação. Hoje, a inflação é de 33%.”

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