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Aliados de Trump rejeitam proposta de Lula para mediar conflito com a Venezuela
Aliados de Trump rejeitam proposta de Lula para mediar conflito com a Venezuela
Casa Branca considera o Brasil um interlocutor “inadequado” e mantém linha dura contra o regime de Nicolás Maduro, enquanto Lula tenta posicionar o país como voz diplomática na América do Sul
Por: Redação
29/10/2025 às 10:58

Foto: Daniel Torok/Casa Branca
Os aliados do presidente Donald Trump rejeitaram a proposta feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para que o Brasil atue como mediador no conflito entre os Estados Unidos e a Venezuela. A ideia foi apresentada por Lula durante encontro com Trump na Malásia, no último domingo (26), mas recebeu forte resistência do Departamento de Estado americano.
Fontes próximas ao secretário de Estado Marco Rubio, que lidera a ala mais conservadora da política externa americana, afirmam que Washington não pretende retomar negociações diplomáticas com o regime de Nicolás Maduro. Pelo contrário, Trump teria interrompido oficialmente os contatos com Caracas no mês passado, após o aumento das tensões na América Latina.
“O Brasil não é o interlocutor ideal com Maduro”, afirmou um assessor próximo a Rubio. “O governo brasileiro tem uma postura branda com o ditador, enquanto os EUA trabalham para a mudança de regime.”
Segundo a Folha, o governo americano autorizou a CIA a realizar operações específicas para enfraquecer o regime venezuelano — o que reforça o tom belicoso da política externa de Trump na região.
Durante o encontro, Trump demonstrou surpresa com a iniciativa de Lula e minimizou a relevância do tema.
“Eu não acho que vamos discutir Venezuela. Eles [o Brasil] não estão envolvidos. Se quiserem, vamos discutir, mas não acho que vamos”, disse o presidente americano.
Apesar da resistência, Lula insistiu na proposta. O presidente brasileiro argumentou que a América do Sul deve permanecer uma região de paz e que o Brasil está disposto a “promover o diálogo e o entendimento entre as nações”, conforme relatou o chanceler Mauro Vieira após a reunião.
“[Lula] disse que a América Latina é uma região de paz e se prontificou a ser um contato, como já foi no passado, para buscar soluções mutuamente aceitáveis”, afirmou o ministro das Relações Exteriores.
Na segunda-feira (27), a escalada militar ganhou novo capítulo: o secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, anunciou que as Forças Armadas destruíram quatro embarcações no Pacífico, supostamente usadas por narcotraficantes venezuelanos, resultando em 14 mortes. Segundo Hegseth, os ataques — realizados em águas internacionais — integram uma ofensiva “contra o narcoterrorismo” e elevam o número total de mortos desde setembro para 57.
O governo americano classifica Maduro como líder de uma organização criminosa e justifica as ações militares como forma de impedir a entrada de drogas nos EUA. Entretanto, não há evidências concretas de que os alvos tenham ligação direta com o narcotráfico, e a ofensiva vem sendo criticada por governos latino-americanos e especialistas em direito internacional.
A tentativa de Lula de reposicionar o Brasil como agente diplomático global esbarra, portanto, na nova fase da política externa de Trump — marcada por ações unilaterais, nacionalismo econômico e desprezo por intermediações multilaterais.
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