Argentina declara PCC e Comando Vermelho como organizações terroristas
Ministra Patricia Bullrich cita megaoperação no Rio e elogia políticas de segurança do ex-presidente Jair Bolsonaro: “Ele recuperou o controle das prisões e das favelas”
Por: Redação
29/10/2025 às 21:43

Foto: EFE/Stringer
A ministra da Segurança da Argentina, Patricia Bullrich, anunciou nesta terça-feira (28) que o governo argentino incluiu o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV) no Registro de Pessoas e Entidades Vinculadas a Atos de Terrorismo (Repet) — a lista oficial do país que reúne organizações consideradas ameaças à segurança nacional.
“A Argentina declarou essas duas organizações como narcoterroristas”, afirmou Bullrich em entrevista ao canal La Nación+, ao comentar a megaoperação policial no Rio de Janeiro, que deixou 119 mortos, entre eles quatro policiais.
De acordo com a ministra, a decisão fortalece o monitoramento de detentos estrangeiros ligados a facções brasileiras. Atualmente, há 39 brasileiros presos na Argentina, sendo cinco do Comando Vermelho e pelo menos sete do PCC, segundo dados do Ministério da Segurança.
“Temos pessoas que são muito bem vigiadas entre si, para que não exerçam nenhum tipo de poder. Eles não conseguiram, nas prisões argentinas, o que conseguiram, infelizmente, em outros países — inclusive no Brasil e no Paraguai”, declarou Bullrich.
Críticas a países que “convivem com o narcotráfico”
A ministra criticou o que chamou de “modelo de convivência com o narcotráfico” adotado em parte da América Latina e defendeu controle absoluto do Estado sobre o sistema penitenciário.
“Há penitenciárias no Brasil onde os juízes não podem entrar, onde os presos decidem se comparecem ou não aos julgamentos”, disse Bullrich, reforçando que a Argentina não permitirá que facções se reorganizem dentro das cadeias.
Durante a entrevista, Bullrich citou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como exemplo de governante que enfrentou o crime organizado com firmeza.
“Bolsonaro avançou bastante na recuperação do controle das prisões e também das favelas”, afirmou, em contraste ao que chamou de “retrocesso no combate ao narcotráfico” em outros países da região.
Repercussão
A decisão argentina ocorre em meio ao recrudescimento da violência no Brasil e à repercussão internacional da Operação Contenção, realizada no Rio de Janeiro contra o Comando Vermelho. Analistas veem o movimento de Buenos Aires como um sinal de endurecimento da política de segurança regional e de alinhamento com a agenda de combate ao narcoterrorismo defendida por governos conservadores na América do Sul.
O reconhecimento oficial do PCC e do CV como organizações terroristas poderá resultar em cooperação direta entre forças de inteligência da Argentina, Paraguai e Uruguai, além de sanções financeiras e restrições migratórias a indivíduos associados às facções.
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