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Defesa de Tagliaferro acusa Moraes de “desonestidade intelectual” e contesta citação por edital
Defesa de Tagliaferro acusa Moraes de “desonestidade intelectual” e contesta citação por edital
Advogados afirmam que ministro sabia do paradeiro do perito e agiu em contradição ao pedir sua extradição à Itália
Por: Redação
10/12/2025 às 09:22
Foto: Alejandro Zambrana/TSE
A defesa do ex-assessor do TSE Eduardo Tagliaferro elevou o tom contra o ministro Alexandre de Moraes ao apresentar embargos de declaração que apontam “desonestidade intelectual”, “manipulação deliberada” e “deslealdade processual” no despacho que determinou a citação do perito por edital — mecanismo usado quando o réu estaria em “local incerto e não sabido”.
Segundo os advogados, Moraes não poderia alegar desconhecer o paradeiro de Tagliaferro, já que o próprio ministro enviou pedido formal de extradição às autoridades italianas, com informação precisa do endereço e da condição jurídica do acusado na Itália. Para a defesa, isso comprova que a citação por edital seria incompatível com os fatos.
Nos embargos, os advogados classificam o ato de Moraes como um “depispacho” — mistura de decisão e despacho — e afirmam que o texto é “construído sobre premissas falsas”. Em um trecho contundente, a defesa ironiza o ministro:
“Não seja tão ingênuo, senhor relator. Aqui não tem nenhum advogado com demência ou QI abaixo de zero para ser enganado por um ato dessa natureza.”
O documento também acusa Moraes de fingir desconhecer que Tagliaferro vive como “exilado político”, fugindo do Brasil após romper com o TSE e denunciar supostos abusos ocorridos nos bastidores da Corte Eleitoral.
Como alternativa ao edital, a defesa pede que Tagliaferro seja citado por carta rogatória, remetida diretamente à Justiça da Itália. O argumento é que, ao pedir extraditação, o próprio STF reconheceu oficialmente o local onde o acusado se encontra — o que tornaria ilegal a via do edital.
Tagliaferro ganhou notoriedade após divulgar mensagens internas do TSE e do STF, que, segundo afirma, mostrariam perseguição política contra investigados do 8 de Janeiro. O gabinete de Moraes negou irregularidades, mas o caso se tornou mais um ponto de tensão entre o ministro e setores garantistas e conservadores do país.
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