Início
/
Notícias
/
Brasil
/
Deputados de esquerda pedem à PGR prisão preventiva de Cláudio Castro após megaoperação no Rio
Deputados de esquerda pedem à PGR prisão preventiva de Cláudio Castro após megaoperação no Rio
Comissão de Direitos Humanos da Câmara alega “violações aos direitos humanos” em ação que matou mais de 120 criminosos; governador diz ter “tranquilidade” e chama operação de sucesso
Por: Redação
30/10/2025 às 08:08

Foto: Rafael Campos/ Gov. RJ
A Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados, composta majoritariamente por parlamentares de esquerda, enviou um ofício à Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitando a abertura de investigação e a prisão preventiva do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL). O pedido foi protocolado nesta quarta-feira (29), um dia após a megaoperação policial nos complexos do Alemão e da Penha, que resultou em mais de 120 mortes, incluindo quatro policiais.
O documento, assinado por Reimont (PT-RJ), presidente do colegiado, e outros oito deputados do PSOL, PT e PCdoB, afirma que a Operação Contenção teria “extrapolado parâmetros legais, de proporcionalidade e de respeito aos direitos humanos”. A comissão ainda citou denúncias de execuções sumárias e pediu uma perícia independente para investigar os confrontos.
“A magnitude dos fatos e o risco de reiteração de novas chacinas exigem resposta imediata das instituições democráticas”, declarou Reimont no documento.
Pressão política e tentativa de criminalizar a polícia
Entre os signatários do ofício estão nomes conhecidos da ala mais radical da esquerda, como Talíria Petrone (PSOL-RJ), Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ), Erika Kokay (PT-DF), Jandira Feghali (PCdoB-RJ) e Glauber Braga (PSOL-RJ). O grupo exige, além da investigação contra Castro, a criação de um “mecanismo de acompanhamento das vítimas” e o rastreamento das armas apreendidas na ação.
O movimento é visto como mais uma tentativa de setores ligados ao governo Lula de deslegitimar o trabalho das forças de segurança e enfraquecer os governos estaduais que adotam uma linha mais dura contra o crime organizado.
“O Estado não pode agir como violador dos direitos que tem o dever de proteger”, afirmou Reimont, em tom que foi criticado por parlamentares da oposição, que lembraram os quatro policiais mortos e o caráter criminoso dos alvos da operação, integrantes do Comando Vermelho (CV).
Cláudio Castro reage: “As verdadeiras vítimas foram os policiais”
Em resposta, o governador Cláudio Castro reafirmou ter “tranquilidade” quanto à legalidade da operação e classificou a ação como um sucesso no enfrentamento ao narcotráfico.
“De vítima, ontem, só tivemos esses quatro policiais — as verdadeiras vítimas”, disse Castro a jornalistas.
O governador destacou que os confrontos ocorreram em áreas de mata, e que não acredita que houvesse civis inocentes no local.
“Não acredito que alguém estivesse passeando em área de mata em um dia de operação”, afirmou.
Castro também criticou a tentativa de transformar o episódio em batalha política:
“O governador deste Estado e nenhum secretário vai ficar respondendo ministro nem autoridade que queira transformar esse momento em palanque. Só quem quiser somar será bem-vindo.”
A Operação Contenção, resultado de mais de um ano de investigações conduzidas pela Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), teve como alvo a facção Comando Vermelho, responsável por ataques e execuções em diferentes comunidades. A ação contou com apoio do Ministério Público do Rio de Janeiro e foi descrita pelas forças de segurança como a maior ofensiva contra o crime organizado da história do estado.
Veja mais em >>> Rede Comunica Brasil
Assine nossa news letter
Receba as principais notícias do dia direto no seu e-mail.




